São Paulo, domingo, 12 de novembro de 1995
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CRONOLOGIA DO QUILOMBO DE PALMARES

final do séc. 16 - revolta de escravos em engenho no sul da Capitania de Pernambuco. Os rebelados escondem-se na Serra da Barriga, região onde hoje está localizada a cidade de União dos Palmares. Negros referiam-se ao quilombo como "Angola Janga" ou "Angolinha".

1602 - o governador-geral da Capitania de Pernambuco, D. Diogo Botelho, envia soldados em expedição contra Palmares. Estes retornam com a falsa notícia da destruição do quilombo.

14 de fevereiro de 1630 - os holandeses invadem Pernambuco.

1635 - a guerra entre portugueses e holandeses favorece a fuga de escravos. Palmares cresce e organiza-se em vários mocambos.

1637 - chega o conde holandês João Maurício de Nassau-Sieger, novo governador de Pernambuco.

1643 - os holandeses enviam sem sucesso expedições contra Palmares. Entre elas as de Rodolfo Baro e Johannes Blaer.
março de 1645 - portugueses rebelam-se contra os holandeses.

1654 - expulsão dos holandeses de Pernambuco.

1654/1669 - Expedições punitivas seguem contra Palmares. Todas foram derrotadas. Os quilombolas adotavam a guerra de emboscada, abandonando os mocambos para atrair o inimigo para a luta dentro da mata.

1655 - Novas expedições punitivas contra o quilombo. Alguns palmarinos são capturados.

1663 - o capitão negro Gonçalo Rebelo comanda 200 soldados negros contra Palmares. São cinco meses de luta. A expedição retorna com 40 prisioneiros. Todos são degolados.

1667 - Nova expedição é derrotada com 500 soldados. Depois de violento combate, a expedição volta derrotada.

1667/1677 - ataques dos palmarinos no litoral para roubar armas, libertar negros e vingar-se de senhores e feitores dos engenhos. Em 1670 os palmarinos atacam e destroem fazenda de gado onde hoje situa-se Garanhuns. O local passa ao domínio dos negros com o nome de Tapeca.

1677 - expedição sob comando do capitão de infantaria Fernão Carrilho, experiente em lutas contra negros sublevados. Este retorna com 200 prisioneiros.
O primeiro grande chefe do Quilombo de Palmares foi Ganga-Zumba, irmão de Gana-Zona, um dos chefes militares do quilombo e tio de Zumbi.

1678 - Ganga-Zumba vai a Recife para firmar pacto de paz com o governador de Pernambuco, Aires de Souza e Castro. O pacto prevê a deposição de armas dos quilombolas em troca da concessão de terras e da liberdade. A alforria só seria concedida aos negros nascidos no quilombo. Os outros retornariam ao cativeiro. O pacto divide Palmares. Zumbi torna-se o líder da resistência ao acordo. Ganga-Zumba, seguido por seus homens, entre eles importantes chefes militares, abandona o quilombo.

1678/1695 - Zumbi torna-se o líder de Palmares e impõe um forte esquema militar à vida do quilombo. Zumbi teve pelo menos cinco filhos. Antes do pacto de Recife, era chefe de um dos mocambos também chamado Zumbi. Seu irmão, Andalaquituche, também era chefe do mocambo de mesmo nome e comandava as forças armadas do quilombo.

1687 - o bandeirante Domingos Jorge Velho compromete-se com o governador de Pernambuco, Souto Maior, a destruir Palmares.

1692 - Jorge Velho parte com exército formado por brancos, índios e mamelucos. Após dias de caminhada pela mata montam acampamento próximo a Macaco, principal mocambo de Palmares.

janeiro de 1694 - parte nova expedição de Domingos Jorge Velho.

3 de fevereiro de 1694 - chegam à Serra da Barriga seis canhões e reforço de 200 homens.

5 de fevereiro de 1694 - enfrentamento dos dois exércitos. Os quilombolas são encurralados à beira de um despenhadeiro e centenas de negros caem no precipício. Os quilombolas tentam a estratégia de refúgio na mata. Sem sucesso, são perseguidos e centenas de negros são degolados.

6 de fevereiro de 1694 - o mocambo de Macaco é destruído e incendiado, restando do combate 510 negros prisioneiros. Somente mulheres e crianças são poupadas na guerra. Muitas mulheres matam seus filhos para livrá-los do cativeiro e recusam-se a comer, morrendo de fome.

7 de fevereiro de 1694 - o Quilombo de Palmares é destruído.
dezembro de 1694 - surge a notícia de que Zumbi vive.

1695 - Zumbi é reconhecido com um grupo roubando armas de um vilarejo de Pernambuco.

novembro de 1695 - Antônio Soares, homem de confiança de Zumbi, é capturado. Sob tortura e diante da promessa de sua liberdade revela o esconderijo do chefe, na Serra Dois Irmãos.

20 de novembro de 1695 - Antônio Soares conduz um grupo de 15 bandeirantes paulistas ao local onde Zumbi se encontra. Soares aproxima-se de seu líder ferindo-o mortalmente.

21 de novembro de 1695 - o corpo de Zumbi apresenta 15 ferimentos a bala e inúmeras marcas de arma branca. Seu pênis é decepado e enfiado na boca. A cabeça de Zumbi é tratada em sal fino e enviada à Recife, onde é exposta em praça pública.

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