São Paulo, domingo, 12 de novembro de 1995 |
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Quem foi Ganga-Zumba
MARILENE FELINTO
Em 1677, sob sua chefia, Palmares travou dura guerra contra a expedição portuguesa de Fernão Carrilho. Nesta batalha, as tropas da coroa fizeram 47 prisioneiros, entre os quais dois filhos de Ganga-Zumba -Zambi e Acaiene-, netos e sobrinhos. Um de seus filhos, Toculo, foi morto na luta. O próprio Ganga-Zumba foi ferido por uma flecha mas escapou. Em 1678, o governador Pedro de Almeida fez a primeira proposta de paz a Ganga-Zumba, oferecendo "união, bom tratamento e terras", além de prometer devolver "as mulheres e filhos" de negros que estivessem em seu poder. Em junho de 1678, o oficial enviado a Palmares para levar a proposta retornou a Recife, à frente de um grupo de 15 palmarinos, entre os quais se encontravam três filhos de Ganga-Zumba, recebidos pelo governador Almeida. Em troca da paz, os palmarinos pediam liberdade para os nascidos em Palmares, permissão para estabelecer "comércio e trato" com os moradores da região e um lugar onde pudessem viver "sujeitos às disposições" da autoridade da capitania. Prometiam entregar os escravos que dali em diante fugissem e fossem para Palmares. Em novembro do mesmo ano, Ganga-Zumba foi a Recife assinar o acordo. É cedida a ele e seus partidários a região de Cucaú, distante 32 km de Serinhaém. Parte dos palmarinos, liderados por Zumbi, são contrários ao acordo de paz e se recusam a deixar Palmares. Em Cucaú, vivendo sob forte vigilância da autoridade portuguesa e hostilizado pelo moradores das vilas próximas, Ganga-Zumba vê frustrada sua iniciativa. Morreu envenenado por um partidário de Zumbi. (MF) Fonte: Ivan Alves Filho, "Memorial dos Palmares", editora Xenon, Rio de Janeiro, 1988 Texto Anterior: O herói eleito Próximo Texto: Líder recusou acordo Índice |
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