São Paulo, domingo, 12 de novembro de 1995
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Líder recusou acordo

MARILENE FELINTO
DA ENVIADA A SALVADOR E MACEIÓ

O historiador Ivan Alves Filho ("Memorial dos Palmares") aponta para a habilidade política que demonstrou o governador de Pernambuco, Pedro de Almeida, ao oferecer um tratado de paz a Ganga-Zumba. Segundo ele, Almeida pretendia, na verdade, "quebrar a unidade dos Palmares".
A ameaça de fracasso do acordo de Cucaú leva o governo da capitania a propor novo tratado a Zumbi, que reorganizava Palmares. A proposta é levada por Ganga-Zona, que vivia em Cucaú, a pedido de Pedro de Almeida. Zumbi se recusa a entregar as armas. Mais tarde, Ganga-Zona seria apadrinhado por Almeida, ganharia o nome de Pedro de Souza de Castro e passaria a viver entre os brancos.
Depois da morte de Ganga-Zumba, em 1680, a coroa tentou novo acordo, oferecendo perdão a Zumbi. O chefe não respondeu aos apelos do governador.
A última tentativa de acordo com Zumbi data de 1682, quando Pernambuco já se encontrava sob o governo de João de Souza. A proposta era composta por 17 artigos, entre quais o que dizia que "seriam considerados livres todos os negros e mulatos (...) que tivessem respeitado o acordo de 1678 e que não tinham se rebelado depois disso". Essa proposta nunca chegou a ser entregue a Zumbi.
(MF)

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