São Paulo, domingo, 12 de novembro de 1995
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Escravos sofriam mutilações

DA REDAÇÃO

O antropólogo Gilberto Freyre relatou em uma conferência realizada em 1963 ("Os Escravos Nos Anúncios de Jornal do Tempo do Império") as consequências do trabalho e de doenças aos escravos. Leia a seguir alguns trechos.

Por excesso de trabalho:
"Deformações das pernas e da cabeça, algumas das quais devem ser atribuídas ao hábito das mães escravas trazerem os molequinhos de mama escanchados às costas durante horas de trabalho.
Vários negrinhos, meninos de 10, 12 anos, já aparecem de croa na cabeça (...), feita à força pelo peso de carretos brutos: tabuleiro, tijolo, areia (...)."

Por castigos:
"Numerosos os que apresentam, nas coxas ou nas costas, letras, sinais ou carimbo de propriedade, como hoje o gado; (...) uns manquejando, os quartos arreados em consequência de surras tremendas; outros com cicatriz de relho pelas costas ou nas nádegas; ou então cicatriz de anginho, de tronco, de corrente no pescoço, de ferro nos pés, de lubambo no tornozelo."

FONTE
"Novos Estudos Afro-Brasileiros", Fundação Joaquim Nabuco, ed. Massangana, Recife, 1988, vol. 7

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