São Paulo, domingo, 12 de novembro de 1995
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Saiba como anda o Renault 'brasileiro'

GRACILIANO TONI
ENVIADO ESPECIAL À ESPANHA E À FRANÇA

A entrada de mais uma fábrica -a Renault- promete esquentar a disputa pelo mercado de carros médios. A Folha avaliou na Espanha duas versões do Mégane (lê-se Mégan), primeiro modelo que a Renault vai produzir no Brasil. O carro deve dar trabalho a concorrentes como Fiat Tipo e Ford Escort.
Entre os exemplos está o controle do equipamento de som, com botões que podem ser acionados sem tirar a mão do volante.
Mesmo as versões mais baratas podem ser equipadas com o sistema ABS, que evita o travamento das rodas em frenagens, aumentando a segurança.
Com ou sem ABS, o Mégane freia bem. Ele é equilibrado em curvas, abertas ou fechadas.
Suas suspensões funcionam bem. Trechos mais irregulares mostram que a Renault não deve sofrer muito para adaptar o carro ao Brasil.
Ao lado de boas qualidades mecânicas, o Mégane quatro portas tem pequenas falhas irritantes. Uma delas é o volante, deslocado para a esquerda.
O volante, além disso, não tem regulagem de distância (só de altura), dificultando a adaptação do motorista.
No banco traseiro está o pior do carro. Apesar de haver bastante espaço para pernas e corpo, a cabeça raspa no teto com facilidade.
Primeiro Mégane a chegar ao Brasil (trazido da França), o cupé 16V, é um verdadeiro esportivo, com tempero francês.
O carro mostrou perfeito equilíbrio em estradas sinuosas de trechos de serra na Espanha.
Pelos números divulgados pela fábrica (e pela sensação ao dirigir), o Mégane cupé vai tirar do Gol GTI 16V o título de melhor esportivo de sua categoria disponível no Brasil.
Um dos destaques do modelo hatch (sem porta-malas saliente) de quatro portas é o bom motor de 1.600 centímetros cúbicos (mesma capacidade do usado no Gol e no Tipo básicos).
Com 90 cv (cavalos-vapor), é mais potente que o do Tipo (82 cv). Pena que o corte da injeção aconteça muito cedo, prejudicando ultrapassagens.
O outro motor "brasileiro" (vai equipar os carros feitos aqui) ainda está sendo desenvolvido. Segundo Manuel Gomez, diretor de operações internacionais da Renault, é de 1.900 cc.
Na versão de motor maior, a injeção eletrônica de combustível é monoponto, teoricamente menos eficiente que o componente multiponto do carro de 1.600 cc.

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