São Paulo, terça-feira, 14 de novembro de 1995 |
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Manifestantes se encontram com sem-terra
DA FOLHA VALE Na passagem por Tremembé (135 km a nordeste de São Paulo), os integrantes da "Jornada Zumbi pela Vida" se encontraram com cerca de 80 sem-terra na rodovia que liga Tremembé a Pindamonhangaba (140 km de São Paulo).O presidente nacional da CUT (Central Única dos Trabalhadores), Vicente Paulo da Silva, o Vicentinho, lidera a caminhada, cujo destino é Aparecida (170 km a nordeste de São Paulo). O objetivo é lembrar os 300 anos da morte do líder negro Zumbi dos Palmares. Eles seguiram em passeata até a sede da fazenda Conquista. O presidente da FUP (Federação Única dos Petroleiros), Antonio Carlos Spis, acompanhou a passeata e disse que os sindicatos precisam reforçar o apoio aos sem-terra. "A estratégia revolucionária dos sem-terra vem obrigando a sociedade a discutir o problema da reforma agrária", afirmou. Os integrantes da "Jornada Zumbi pela Vida" foram recebidos no acampamento da fazenda Conquista com um almoço preparado pelos sem-terra. O cardápio incluiu o arroz com feijão básico, acompanhado por carne com legumes, couve cozida e alface. Os legumes e hortaliças foram colhidos nas hortas cultivadas pelos sem-terra na fazenda. Após o almoço, os participantes da jornada seguiram, em caminhada, até Pindamonhangaba. Na praça central da cidade, eles tiveram as cabeças raspadas por barbeiros do Sindicato dos Metalúrgicos. Vicentinho foi o primeiro a raspar a cabeça. Segundo ele, foi a última "raspagem das cabeças" desde que esse gesto simbólico teve início, no dia 13 de maio. "Raspamos as cabeças nos dias 13 de cada mês para mostrar a mentira que é a comemoração oficial da libertação dos escravos." A "Jornada Zumbi pela Vida" se encerra amanhã em Aparecida, com a celebração de uma missa em homenagem ao líder negro, seguida de um show com o cantor Milton Nascimento. Texto Anterior: Simpósio na Unicamp revela corante natural Próximo Texto: Racismo é tema de livro Índice |
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