São Paulo, sábado, 18 de novembro de 1995
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Cerveja importada deve vender 50% mais

FÁTIMA FERNANDES
DA REPORTAGEM LOCAL

O consumo de cerveja importada deve dar um salto de 50% neste verão.
No mesmo período do ano passado, elas representavam 2% do mesmo volume.
A previsão de crescimento é do Sindicato Nacional da Cerveja, em função da redução da alíquota de importação da bebida de 20% para 8%.
"Os pedidos para importação de cerveja vão entrar pesado em dezembro", afirma Carlos Eduardo Jardim, vice-presidente do sindicato e da Kaiser.
Omar Assaf, vice-presidente da Apas (Associação Paulista dos Supermercados), diz que a cerveja importada vai complementar o abastecimento e segurar os preços.
A rede de supermercados Sé está trazendo dos Estados Unidos 12 mil caixas da cerveja J. Ruppert's e 6.000 caixas da Schmidt's. As importações já se beneficiam da nova alíquota.
A idéia, de acordo com o diretor comercial do Sé, David Araújo Neto, é testar o mercado. Se o produto for bem aceito pelo consumidor, a rede de supermercados vai importar mais.
"É ótimo ter a opção do importado, porque sempre falta cerveja nacional no verão", diz.
A rede de supermercados Eldorado vai trazer do exterior 100 mil caixas de cervejas das mais variadas marcas, informa Humberto Gregório Mendes, diretor de mercadorias.
Esse volume é o mesmo do ano passado. Se as vendas forem boas, diz Mendes, o Eldorado também pretende comprar mais.
A importadora Andrea vai trazer 100 mil caixas das cervejas Wiedemann e Cook's, dos Estados Unidos.
Esse volume é para ser comercializado nesta temporada de verão. "Nossos pedidos para o final do ano foram os mesmos do ano passado", diz Edna Pereira Nicolau, gerente.
É que no ano passado, lembra ela, houve um "boom" de vendas. "Comprar o mesmo volume do ano passado já significa apostar no consumo."
A Aurora, que importa a cerveja alemã Beck's e a dinamarquesa Tuborg, já não está tão animada com a possibilidade de importar com menor alíquota.
"É que sabemos que a indústria local vai importar grande quantidade de cerveja neste ano", diz Eduardo Jacobsberg, gerente. "Nós vamos trazer quantidades razoáveis", completa, sem revelar números.
A Antarctica importa hoje a Budweiser (norte-americana). A Brahma, a Miller (também norte-americana).
Consumo por pessoa
O Brasil tem potencial para aumentar significativamente o consumo de cerveja, dizem os especialistas do setor.
O consumo per capita da bebida no país é de 40 litros por ano. Na Venezuela chega a 60 litros. Nos Estados Unidos a 100 litros e, na Alemanha e Bélgica, a 140 litros.

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