São Paulo, sábado, 18 de novembro de 1995
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Expectativa e tensão se repetem

GUSTAVO PATÚ; CARI RODRIGUES; VIVALDO DE SOUZA
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

O governo repetiu ontem o clima de tensão e expectativa ocorrido na edição da MP (medida provisória) das fusões bancárias, há duas semanas.
As duas MPs foram escritas em sextas-feiras, tratam de problemas no setor financeiro e foram elaboradas às pressas, com autoridades viajando a Brasília para tratar dos detalhes finais.
"Esta MP (a de ontem) foi editada dentro do expediente normal de trabalho", disse o ministro da Fazenda, Pedro Malan. A das fusões saiu na madrugada do dia 4, sábado.
Para evitar reações contrárias à MP no Congresso -assim como aconteceu com a das fusões- o governo tomou a precaução de adiantar o texto para os presidentes da Câmara e do Senado, conforme disse Malan.
Na tarde de ontem, o presidente do BC, Gustavo Loyola, viajou de São Paulo a Brasília para acompanhar a elaboração da MP, assim como os diretores de Normas, Cláudio Mauch, e de Política Monetária, Alkimar Moura.
"As medidas que estamos tomando fazem parte de um processo", disse Malan na entrevista coletiva que se arrastou das 19h30 às 21h de ontem.
"Fizemos quando as circunstâncias, o apoio da opinião pública, da imprensa, do Congresso e a própria visão do sistema (financeiro) permitiram."
Enquanto a entrevista estava no final, a área técnica do BC editou as regras para os empréstimos a bancos em processo de fusão -que, segundo Loyola, só sairiam na próxima semana.
Ele responsabilizou supostos críticos do Plano Real pela repercussão negativa das recentes medidas para o setor bancário.
"Primeiro disseram que haveria explosão do consumo, depois crise cambial, depois que a safra agrícola cairia pela metade e tenta-se agora criar clima de crise financeira."
(Gustavo Patú, Cari Rodrigues e Vivaldo de Sousa)

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