São Paulo, sábado, 18 de novembro de 1995
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Unibanco pode controlar empresas

FRANCISCO SANTOS
DA SUCURSAL DO RIO

O diretor de Assuntos Corporativos do Banco Nacional, Carlos Pousa, disse ontem que a negociação com o Unibanco envolve a transferência para este do controle acionário de todas as empresas do grupo Nacional.
A informação de Pousa contradiz as que circulavam no mercado até ontem à tarde. Essas excluíam o Banco Nacional de Investimentos do negócio. A empresa permaneceria sob controle da família Magalhães Pinto.
A declaração de Pousa foi a primeira manifestação do Nacional reconhecendo a negociação com o Unibanco. E indicou que haverá uma incorporação, e não uma fusão. Nesse caso, a marca Nacional desapareceria com o tempo.
Às 17h30, o diretor disse que as conversações estavam sendo conduzidas pessoalmente pelo presidente do banco, Marcos Magalhães Pinto, em Brasília e que, provavelmente, o fechamento do negócio só seria concretizado hoje.
Até as 23h, não houve confirmação oficial da compra do Nacional pelo Unibanco.
Ontem foi um dia de muitos boatos e informações desencontradas sobre os bancos. A assessoria de imprensa do Nacional passou a tarde negando informações divulgadas por agências de notícias.
Uma delas dizia que, das 335 agências do Nacional, 100 não interessavam ao Unibanco e seriam negociadas com os bancos Boavista, Citibank e de Boston.
Embora negando a informação, Carlos Pousa disse que ela faz sentido porque muitas agências do Nacional ficam próximas a outras do Unibanco e não seria lógico manter a superposição.
Em vez de fechadas, essas agências poderiam ser vendidas para bancos interessados em se expandir onde elas estão instaladas.
Loyola
O presidente do Banco Central, Gustavo Loyola, almoçou ontem em São Paulo e evitou comentar o negócio entre os dois bancos.
"É um negócio que diz respeito a duas instituições privadas", limitou-se a afirmar.
O BC não sabe ainda quanto deverá despender para financiar as fusões e incorporações de bancos em dificuldades financeiras. Mas os recursos sairão dos depósitos compulsórios dos bancos junto ao Banco Central, e não do Orçamento, esclareceu.
Falando para cerca de 200 executivos e empresários, Loyola disse que o programa de incentivo às fusões tem caráter preventivo e não curativo.
Depois do almoço, promovido pela Abel (Associação Brasileira das Empresas de Leasing), Loyola voltou para Brasília.
Segundo ele, os depositantes dos bancos sob intervenção (Econômico, Mercantil de Pernambuco e Comercial de São Paulo) poderão sacar até R$ 20 mil cada um. O limite anterior era de R$ 5.000 para depósitos em conta corrente e R$ 5.000 para poupança.

Colaborou a Reportagem Local

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