São Paulo, sábado, 18 de novembro de 1995
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n.d.a.

JOSÉ HENRIQUE MARIANTE

Acabou. Schumacher é bi, a Benetton obteve o primeiro título de construtores e Damon Hill voltou para casa achando que é alguém.
Mas a pergunta, agora, é quem será campeão em 96. E, caso raro nos últimos anos, a questão parece ser de múltipla escolha.
Alternativa A, de amor: Michael Schumacher. Pelo o que o próprio piloto anda falando, tem que ser mesmo apaixonado pelo vermelho da Ferrari para acreditar em triunfo já no ano que vem. Sem falar no tal V10.
Pode até ser uma falsa modéstia estratégica do bicampeão. Mas a primeira entrevista do sujeito começou com duas horas de atraso.
Alternativa B, de bobo: Damon Hill. Caso o inglês permanece na Williams (ainda tenho as minhas dúvidas), tem equipamento para ser campeão. Mas, como já ficou provado nesta temporada, põe tudo a perder facilmente.
Alternativa C, de coragem: Gerhard Berger. É preciso sangue frio para apostar dinheiro no austríaco. Se ainda fosse na Williams (quem sabe?). Mas, na Benetton, duvido.
Alternativa D, de dado: Jean Alesi. Outra loteria. Seria um prazer ver Alesi ser campeão subindo na zebra e saindo de lado nas curvas. Faz tempo que isso não acontece. Mas tudo isso é muito romântico para a F-1.
Alternativa E, de excepcional: Jacques Villeneuve. Se for campeão em sua primeira temporada, vai se tornar um dos maiores pilotos da história.
Vai alterar a referência: não será mais o filho de Gilles. Este é que será o pai de Jacques. Mas F-1 está longe de ser Indy, onde as diferenças são tênues e os milagres, por vezes, acontecem.
Outras alternativas: praticamente não existem. O que existe é uma barreira tecnológica entres os times grandes e os médios, de difícil transposição -isso sem contar a politicagem.
Diria, também, que a McLaren está no meio dela, se equilibrando para não cair. Tem uma boa chance de renascer se Alain Prost, como dizem os últimos boatos, assumir o comando da equipe. Mesmo assim, um campeonato só seria viável a partir de 97.
A minha resposta está no título. Estou sendo pragmático. Se houvesse a alternativa F (de "francamente, não sei"), o meu X estaria nela.
Na verdade, é uma situação muito divertida não ter a mínima idéia de quem será o campeão. Vamos ver se essa expectativa continua na segunda fase da prova, após os testes de pré-temporada.

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