São Paulo, domingo, 19 de novembro de 1995
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Governo tem déficit de quase R$ 3 bilhões

Saiu medida provisória que regulamenta fusão de bancos

RUI NOGUEIRA
COORDENADOR DE PRODUÇÃO DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

Uma semana nada gloriosa para o Plano Real do governo Fernando Henrique Cardoso. Depois de mostrar pouco controle nas contas públicas, o governo encerrou a sexta-feira soltando uma MP (medida provisória) para não perder o controle também dos bancos.
O buraco nas contas públicas da União foi anunciado pelo secretário do Tesouro, Murilo Portugal, e chega, de janeiro a outubro, a R$ 2,64 bilhões. Só em outubro o governo gastou R$ 1,38 bilhão acima do que arrecadou.
Com o sistema financeiro mal das pernas desde que a estabilização da economia roubou dos bancos o lucro fácil da inflação, o governo foi obrigado a editar a MP 1.812 para tentar restabelecer a confiança dos clientes. Com a MP, o Banco Central ganhou carta branca para intervir no sistema.
Agora, sempre que o BC detectar um banco em perigo, ele pode forçar a sua fusão com outro banco, desapropriar as ações, trocar o controle acionário e até tornar indisponíveis os bens dos acionistas majoritários.
Antes da MP, só os administradores das instituições ficavam com os bens indisponíveis, e o BC também só podia recomendar as medidas a bancos em dificuldades. Eles acatavam ou não as sugestões.
Pelé
As contas públicas e os bancos só perderam em barulho para as declarações do ministro dos Esportes, Edson Arantes do Nascimento, o Pelé.
Em uma audiência concedida aos militantes do Movimento Marcha contra o Racismo, Pelé disparou: "O sinônimo de político no Brasil, de maneira geral, é corrupto". E aconselhou os negros a votarem em negros se quiserem melhor a sua condição social.

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