São Paulo, domingo, 19 de novembro de 1995 |
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Colesterol baixo ajuda a prevenção de infartos
JAIRO BOUER
Esses são os principais resultados de dois grandes estudos, divulgados na última quarta-feira em Los Angeles (Estados Unidos), durante o encontro anual da American Heart Association, um dos congressos mais importantes do mundo na área de cardiologia. As drogas que se provaram eficazes na redução de infartos e nas mortes por doença coronariana (obstrução das artérias que irrigam o coração) fazem parte do grupo das estatinas. Luiz Antônio Machado César, responsável pela Unidade Coronária do Hospital Sírio-Libanês, explica que essas substâncias entram nas células humanas e bloqueiam a produção do colesterol (principalmente no fígado). Para compensar esse bloqueio, as células aumentam o número de receptores para colesterol em sua membrana, na tentativa de captar mais colesterol do sangue. Como consequência, o nível de colesterol acaba caindo. Segundo Machado César, o principal mérito dos grandes estudos foi comprovar cientificamente que as estatinas trazem benefícios para os pacientes que têm níveis elevados de colesterol. O primeiro estudo (West of Scotland) acompanhou 6.595 homes com idade entre 45 e 64 anos, com colesterol elevado e sem evidências de doença coronariana, por cinco anos. Metade dos pacientes recebeu placebo (medicação sem efeito) e a outra metade recebeu uma droga chamada pravastatina. A pravastatina conseguiu reduzir o risco de infarto nessas pessoas em até 32% e o risco de morte em 22%. O efeito começou a ser observado a partir de seis meses de tratamento. Isso significa que um terço dos infartos em pacientes com colesterol elevado pode ser evitado com o uso da droga. Segundo James Sheperd, coordenador do estudo e professor do departamento de Patologia Bioquímica da Universidade de Glasgow (Escócia), o estudo demonstra, que a pravastatina é útil não só nas pessoas com colesterol elevado e problemas colonarianos prévios, mas também na prevenção do primeiro infarto em quem tem apenas colesterol elevado. O outro estudo (chamado de 4S), que já havia sido divulgado parcialmente no ano passado, recebeu resultados complementares. As novas pesquisas indicam que o tratamento de pacientes idosos (entre 65 e 70 anos de idade) com a droga sinvastatina reduziu em até 43% o risco de morte por doença coronariana e em 34% o risco de morte por qualquer causa nessa faixa etária. Texto Anterior: Lobão conta como emagreceu 15 kg Próximo Texto: Educadora teve que parar de comer chocolates e ovos Índice |
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