São Paulo, domingo, 19 de novembro de 1995
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Diretor vê encontro 'mágico'

ANA FRANCISCA PONZIO
ESPECIAL PARA A FOLHA

Gilberto Gil ainda não conhece a coreografia realizada por Germaine Acogny sobre sua música. O compositor só verá o espetáculo durante a temporada de "Z" no Teatro Municipal de São Paulo, entre 5 e 10 de dezembro.
Mas, segundo Rodolfo Stroeter, colaborador de Gil e diretor musical do espetáculo, a fusão entre música e coreografia foi total.
"Acho que aconteceu um encontro mágico entre Gil, Acogny e o Balé da Cidade, pois não presenciei conflitos de concepção", observa Stroeter. Sem as canções que marcam o repertório de Gil, a trilha de "Z" se integra à iluminação de Domingos Quintiliano e aos figurinos e ambientação cênica do estilista Geraldo Lima Júnior.
Ex-bailarino do Grupo Corpo, Lima Júnior valorizou os tons de terra nos figurinos. "Relacionei terra a origem, nascimento, a tudo que está brotando. Daí explorei gradações que chegam a tonalidades de laranja e vermelho".
"Não queria que as roupas tivessem cara de África, mas de uma mistura originada em transformações. Juntei tecidos leves e rústicos, um contraste que estendi aos dois painéis, um feito de cordas, outro em lâminas que dão movimento e profundidade, colocados no fundo palco."
Para Ivonice Satie, que dirige o Balé da Cidade desde 93, o contato com Germaine Acogny fez com que o elenco se despisse de influências européias e norte-americanas. "Ela estimulou um olhar sobre nós mesmos, nos proporcionando uma visão de conjunto", diz Ivonice. "Com Acogny, o elenco ganhou um jeito mais brasileiro de dançar."
Comemorando as 70 apresentações do Balé da Cidade em 1995, Ivonice já selecionou seus convidados para 1996: os coreógrafos Gagik Ismailian, armênio que trabalha em Portugal; Ohad Naharin, de Israel, e Angelin Preljocaj, da França.
(AFP)

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