São Paulo, domingo, 19 de novembro de 1995
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O trecho do discurso de FHC

"(...) O que precisamos nesses encontros é precisamente isso. É despertar o país para o que há de fundamental na criatividade. E, por mais que se diga, e por mais que se imagine, que nós vivemos hoje num mundo em que a sociedade é de massa, e que a cultura é de massa, isto é uma ilusão, porque a cultura, no momento em que nós vivemos hoje, ela está ultrapassando esse limiar da imaginação de que tudo se resolvia através da cultura de massa para outra vez ver-se que houve uma fragmentação imensa de tudo, inclusive dos públicos e dos criadores, e que é preciso, outra vez, que haja uma quase -perdoem-me e que não me entendam mal- volta à artesania num novo patamar.
De novo, se valoriza aquilo que é feito especificamente. Os públicos específicos, o artista específico, e isto é assim na produção industrial.
Visitei, recentemente, a Volkswagen na Alemanha, e agora os senhores podem visitar a Volkswagen em Resende. O chassi do caminhão, que vai sair de Resende, tem o nome do artesão responsável, do operário que é especializado, que é responsável por aqueles chassi.
Nós estamos vivendo uma nova revolução tecnológica que faz revalorizar esses aspectos da criatividade, de responsabilidade individual, da liberdade, porque é preciso ter liberdade para ser responsável. Isso se funde com a cultura.
Hoje, os senhores são produtores de cultura, criadores individuais, organizadores de cultura, produtores de cultura, show business, são parte da recuperação da dignidade da vida política e republicana, na medida em que são parte desse espírito de abertura, de aventura, de horizontes, que permite a energia necessária para que a mudança que nós estamos fazendo no Brasil, e precisa ser muito maior ainda, tenha realmente consequências práticas.
É com esse espírito que o Presidente da República está aqui, não só como Presidente, como cidadão, como alguém que gostaria muito de poder estar ainda aí, na linha de frente da produção cultural, porque não perdeu o gosto por isso. E que sabe que o mundo mudou, mas sabe também que esse mundo que mudou requer um pensamento novo, requer uma energia nova, requer formas novas de expressão e essas formas novas de expressão são a cultura. (...)"
Trecho do discurso do presidente Fernando Henrique Cardoso no Teatro Nacional de Brasília em 5/11/95

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