São Paulo, domingo, 19 de novembro de 1995
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Brasil tem o maior contingente no país

RUI NOGUEIRA
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

O Brasil tem exatos 1.130 militares e policiais na Unavem 3 (Missão de Verificação das Nações Unidas em Angola), nome oficial da missão de paz da ONU na ex-colônia portuguesa.
Nunca o Brasil teve tantos soldados no exterior, desde que, na Segunda Guerra Mundial, foram enviados à Itália mais de 20 mil.
A força multinacional é formada por Brasil, Uruguai, Argentina, Romênia, Portugal, Rússia, Coréia do Sul, Índia, Bangladesh, Zâmbia e Zimbábue.
O maior contingente é o do Brasil, que também levou mais equipamentos -geradores de energia, padaria e lavanderia, entre outros.
A infra-estrutura brasileira e sul-coreana contrasta com a penúria em que vive o país e já motivou um pedido inusitado de ONGs (organizações não-governamentais) que trabalham no país, como os Médicos Sem Fronteiras.
As ONGs pediram formalmente à ONU que os equipamentos sejam doados a Angola para ajudar na reconstrução do país.
O pedido está em estudo, mas a Folha apurou junto ao Exército brasileiro que isso dificilmente acontecerá. Seria preciso que a ONU indenizasse os doadores.
Companhias de engenharia se instalaram no país para restaurar uma malha viária mínima para que soldados e população possam se deslocar. As estradas asfaltadas foram destruídas ou estão minadas.
Quando as tropas brasileiras assumirem definitivamente suas funções, elas vão atuar no norte, centro e leste do país.
No leste e no sul, os soldados brasileiros vão trabalhar em Províncias sob controle da Unita.
A comissão conjunta da ONU que monitora toda a missão de paz é formada pelos representantes do MPLA e da Unita e dos governos de EUA, Rússia e Portugal, países avalistas do acordo de Lusaka.
A ONU também vai auxiliar o governo angolano a distribuir a ajuda humanitária de mais de US$ 1 bilhão conseguida na Conferência de Bruxelas, em setembro.
A meta é atrair refugiados de volta ao interior e retomar a infra-estrutura das cidades.
(RN)

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