São Paulo, segunda-feira, 20 de novembro de 1995
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Presas se rebelam e tomam refém em SP

DA FOLHA VALE

Um grupo de 20 detentas do presídio feminino de Tremembé (135 km a nordeste de SP) iniciou uma rebelião na tarde de sábado e mantinha até as 19h30 de ontem uma agente penitenciária como refém. O presídio é considerado de segurança máxima.
As presas ameaçavam matar a refém caso a Polícia Militar invadisse o presídio. As detentas estavam armadas com barras de ferro, estiletes, agulhas e pedaços de vidro. O presídio tem 117 detentas.
A revolta começou às 12h no pavilhão Casa Nova, que abriga 50 presas. A ala é destinada a detentas em regime de adaptação.
A Polícia Militar e os bombeiros mantinham ontem cerca de 60 homens no cerco ao presídio.
A agente penitenciária feita de refém pelas presas é Silvana de Carvalho, 23. Ela sofre de problemas cardíacos.
Seu pai, Oswaldo de Carvalho, tentou ser trocado pela filha na tarde de ontem.
Silvana foi pega como refém quando iria servir o almoço em uma das celas.
As presas rebeladas foram transferidas neste mês de São Paulo para Tremembé. Elas reivindicam o retorno para a capital.
Segundo o comandante do Corpo de Bombeiros de Taubaté, tenente Milton Fernandes de Faria, as detentas exigiram também um ônibus. O pedido foi interpretado pela PM como meio para uma possível fuga.
As detentas rebeladas exigiram também a presença do juiz-corregedor dos presídios do Estado, Ivo de Almeida.
Almeida chegou à penitenciária ontem à tarde. O representante da Coespe (Coordenadoria dos Estabelecimentos Penais do Estado), Lourival Gomes, já havia iniciado negociações com as presas durante a madrugada.
As negociações tiveram início às 16h de sábado. No começo, a tentativa de acordo foi feita pela Polícia Militar de Taubaté e bombeiros.
A diretora da penitenciária, Benedita Aparecida de Oliveira, não quis dar declarações.
O secretário de Administração Penitenciária do Estado, João Benedito de Azevedo Marques, disse ontem à Folha que só iria negociar após a rendição das presas e a libertação da refém.
"Nós só iremos tomar medidas mais enérgicas caso não haja acordo. O Estado não irá negociar transferências enquanto houver uma situação de violência."

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