São Paulo, segunda-feira, 20 de novembro de 1995
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Assédio sexual afeta 24% das secretárias, diz pesquisa

ANTONIO ROCHA FILHO
DA REPORTAGEM LOCAL

Pesquisa feita durante 11 meses pelo Sindicato das Secretárias do Estado de São Paulo (Sinsesp) revela que 24% dessas profissionais já foram assediadas sexualmente por superiores no trabalho.
A pesquisa ouviu 1.062 secretárias (70% delas no Estado de São Paulo).
Segundo Maria Elizabete D'Elia, 44, diretora de comunicações do Sinsesp, foram entrevistadas secretárias de todos os níveis (de setores menores a diretoria) e tipos de empresas (grandes, médias, pequenas, nacionais, multinacionais, públicas e privadas).
O resultado da pesquisa leva à conclusão, diz Elizabete, de que "a secretária, na prática, não é um alvo mais vulnerável ao assédio do que outras profissionais".
"Em relação a outros países, como os Estados Unidos, onde o tema assédio sexual está mais difundido, 24% é um resultado normal em qualquer profissão."
O psicólogo Alberto Araújjo, 40, que acompanhou a pesquisa, diz que é preciso deixar bem claro o que é assédio sexual.
Segundo ele, pela definição clássica, para se caracterizar o assédio sexual é preciso haver dois componentes básicos: "Relação de poder e não-consentimento de uma das pessoas".
Pela pesquisa, 81,9% das entrevistadas diz conhecer o tema com clareza. A maioria das secretarias ouvidas (78,7%) afirma que denunciaria se fosse vítima.
Há cerca de 800 mil secretárias no Estado de São Paulo. No Brasil todo, elas são 1,2 milhão.

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