São Paulo, segunda-feira, 20 de novembro de 1995
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J. foi assediada pelo chefe

DA REPORTAGEM LOCAL

A secretária J.N.C., 33, foi vítima de assédio sexual na empresa onde trabalhava em 89. A decisão tomada por J., na época solteira e com 27 anos, foi pedir demissão.
"Se acontecesse hoje, eu denunciaria", afirma J., que atualmente trabalha em uma agência de turismo na região central de São Paulo e não quer ser identificada.
Ela conta que trabalhava em uma empresa da área de alimentação havia quatro anos. "Eu era auxiliar de escritório e ele, encarregado de contas a pagar. O problema começou quando ele foi promovido a gerente financeiro e eu passei a ser secretária dele."
"Ele começou a ligar para o meu ramal com perguntas como 'você está bonita?' e a mandar bilhetinhos dizendo que estava interessado em mim", afirma.
A secretária conta que a gota d'água veio em um dia em que não foi à faculdade após o trabalho (ela estudava letras) e seguiu para casa.
"Quando cheguei, ele estava na frente da minha casa. Pediu que eu entrasse no carro porque queria falar comigo. Quando entrei, ele me agarrou e me deu um beijo. Eu o empurrei e saí chorando."
J. diz que pediu demissão no dia seguinte. Não denunciou o fato a ninguém. Só começou a falar sobre o assunto durante um encontro no sindicato sobre assédio.

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