São Paulo, segunda-feira, 20 de novembro de 1995
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BC pode vender patrimônio

DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

Os técnicos do Banco Central iniciaram ontem o levantamento sobre os débitos e créditos do Banco Nacional que não foram assumidos pelo Unibanco. O objetivo é verificar se a instituição tem recursos suficientes para pagar as dívidas das empresas.
Depois de o BC ter decretado Raet (Regime de Administração Especial Temporária), o Unibanco assumiu somente as operações bancárias e a seguradora do Nacional. Ficaram com a família Magalhães Pinto (dona do Nacional) o banco de investimentos, a corretora, a distribuidora de títulos e a empresa de leasing.
Um levantamento preliminar deve ficar pronto até o final do mês, conforme a Folha apurou. Se a família Magalhães Pinto não tiver como pagar as dívidas, os diretores nomeados pelo BC vão vender patrimônio para quitá-las.
A diretoria nomeada pelo BC para administrar o Nacional poderá vender bens dos 18 administradores nos 12 meses anteriores à intervenção. A indisponibilidade dos bens foi determinada no sábado.
Um exemplo de crédito que não foi assumido pelo Unibanco é o FCVS (Fundo de Compensação das Variações Salariais). É uma dívida do Tesouro com o Nacional. Na prática, o Unibanco assumiu somente as operações bancárias que dizem respeito ao público e a clientes da instituição.
A CVM deve manter por mais tempo a proibição de que ações do Nacional sejam negociadas nas Bolsas de Valores. A operação com o Unibanco não envolveu compra e venda de ações. Se houver necessidade de um acerto, isso será feito a partir de agora.
Os acionistas minoritários do Nacional dificilmente vão receber o investimento feito na compra de papéis do banco.

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