São Paulo, segunda-feira, 20 de novembro de 1995
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Para renovar São Paulo, Telê só quer contratar atletas de seleção

ARNALDO RIBEIRO
DA REPORTAGEM LOCAL

O técnico Telê Santana acertou a sua permanência no São Paulo até 30 de junho de 1996 e vai comandar a reformulação do time para a próxima temporada.
Telê renovou seu contrato com o clube anteontem, pouco antes do São Paulo derrotar o Vitória por 2 a 0, no Morumbi, pelo Campeonato Brasileiro.
Segundo ele, o time precisará ser reforçado para conquistar títulos novamente. "Temos algumas posições carentes, em que contratações serão bem-vindas. Mas só jogadores de seleção brasileira interessam ao São Paulo", afirmou.
Telê também confirmou que o grupo de jogadores sofrerá uma drástica redução no próximo ano.
Atualmente, o grupo são-paulino tem 50 jogadores. Pelo menos 20 deles serão negociados -vendidos ou emprestados.
"Quero trabalhar com dois bons jogadores para cada posição. Nada mais que isso", disse Telê.
"Já começamos a traçar planos e temos que pensar bem antes de contratar. Não faremos loucuras. Muitas vezes, a solução está dentro de casa", afirmou o presidente Fernando Casal de Rey.
Dentro dessa política, Telê se torna o técnico ideal para o São Paulo. "Ele não faz nenhum tipo de cobrança. Trabalha com o que tem. Pede até para não contratarmos", disse Casal de Rey.
Apesar disso, o presidente disse que vai gastar parte dos US$ 12,2 milhões, arrecadados com as vendas de Juninho e Caio, em dois ou três reforços.
Giovanni (Santos), Redondo (Real Madrid), Evair (Yokohama Flugels), Júlio César (Borussia Dortmund), Pimentel e Valdir (Vasco) e Fábio Augusto (Guarani) interessam.
O lateral Villamajor, do Cerro Porteño (Paraguai), foi oferecido.
O zagueiro Pedro Luiz, cujo empréstimo junto a Ponte Preta se encerra no final do ano, será contratado por R$ 600 mil, segundo Casal de Rey.
Os outros jogadores emprestados, Alexandre, Almir, Luciano e Roni, estão sendo observados.
A diretoria cedeu plenos poderes ao técnico Telê Santana nesta nova renovação de contrato.
Ele vai ser, concomitantemente, diretor técnico da Escola Internacional do América-MG, a partir de fevereiro, e pode ganhar um aumento de salário e férias prolongadas no final do ano.
"Só terei que comparecer ao América umas duas vezes por mês, para orientar clínicas e estágios. O resto do trabalho será conduzido por auxiliares que eu estou escolhendo", disse, refutando que o acúmulo de funções possa prejudicar o trabalho no São Paulo.
Quanto ao convite para ser comentarista de TV, Telê declarou tê-lo negado.
O presidente Casal de Rey só pediu para Telê "ficar distante da vida política do clube".
"Não quero que ele se envolva com as eleições, em abril. Ele tem o meu apoio e isso basta. Não preciso de cabo eleitoral", disse.
Telê continuará, no ano que vem, dirigindo o time das tribunas de honra. O técnico de campo será mesmo Muricy Ramalho.
"O Muricy vai ficar. Está nos nossos planos e, com certeza, será o treinador do São Paulo quando Telê sair", disse Casal de Rey.

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