São Paulo, segunda-feira, 20 de novembro de 1995 |
Texto Anterior |
Próximo Texto |
Índice
Elenco de 'Star Trek' tem atriz brasileira Há nove anos, curitibana atua em série de TV nos EUA RONALDO SOARES
Sandra interpreta o papel de uma segunda-oficial da Frota Estelar em "Star Trek: Deep Space Nine", que no Brasil ganhou o título de "A Nova Missão" e era exibida pela TV Record até um mês atrás. A aventura interestelar de Sandra começou meio por acaso. Ela foi para os Estados Unidos fazer um curso de designer de moda. Acabou conhecendo a esposa de um dos produtores de "Jornada nas Estrelas" e foi convidada para um teste. "Eles estavam procurando uma mulher branca que falasse inglês fluentemente mas com um pouco de sotaque, o que era o meu caso", lembra Sandra. Ela diz que não se saiu muito bem no teste, mas acabou sendo escolhida por ter o biotipo que se adequava ao personagem. Aos 32 anos, a curitibana Sandra Grando é a primeira sul-americana a integrar o elenco da série. Segundo ela, o ritmo de trabalho é "muito desgastante". "Tem dias que chegamos a ficar 16 horas no estúdio, gravando." A pesada carga de trabalho é até "justificável", diz ela, lembrando que os americanos têm verdadeira "adoração" por "Jornada nas Estrelas". Aliás, em certa ocasião a presença de um fã ilustre da série no estúdio tirou a concentração de Sandra. "Estávamos terminando a gravação. Faltava minha última fala. De repente, olhei para o lado e vi o Silvester Stallone sentado no chão, acompanhando a cena. Quase não consegui terminar de gravar. Afinal, Stallone você vê todo dia, mas nem todo dia é visto por ele." Sandra veio ao Brasil na semana passada para participar, em Curitiba, de uma convenção de trekkers -designação para os fãs de "Star Trek" que levam a sério as mensagens do filme. Ela aproveitou a viagem para sondar o mercado brasileiro e preparar material para começar a trabalhar em seu próximo projeto: produzir um documentário sobre a série em português. "Eu adquiri os direitos para produzir uma espécie de making-off da série e exibi-lo depois no Brasil", diz Sandra. Para ela, a América Latina é um mercado potencial de trekkers. "Os chefes da Paramount (estúdio que produz "Star Trek") quase não têm interesse no Terceiro Mundo. Quando falei que o Brasil tem 150 milhões de habitantes, ficaram abismados." Com o documentário, Sandra quer mostrar também que o brasileiro é criativo. "O trabalho vai ter uma linguagem brasileira, sem aquele formalismo da TV americana." (RS) Texto Anterior: Movimentos formam cidadãos Próximo Texto: Terceiro livro de Griffin e Sabine mostra fim e recomeço da história Índice |
Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress. |