São Paulo, segunda-feira, 20 de novembro de 1995
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Fuvest sofistica o seu esquema anticola

DA REPORTAGEM LOCAL

A Fuvest (Fundação Universitária para o Vestibular) fez ontem a primeira prova de seu vestibular e "complicou" ainda mais o seu esquema anticola.
Foi reservado 1 m² para cada aluno nas salas de prova. Havia cerca de 35 a 45 alunos por classe.
Foram distribuídas cinco provas de cores diferentes -branco, amarelo, verde, azul e rosa. A ordem das disciplinas era diferente em cada prova. Nesse ano, a Fuvest resolveu "embaralhar" as questões dentro de cada disciplina.
Assim, a questão um de física da prova branca correspondia à questão 13 da prova verde.
Os alunos resolveram 80 questões de múltipla escolha de português (26 questões), inglês (14), física e química (20 cada).
A abstenção caiu. Faltaram ao exame 2,23% dos inscritos, contra 3,23% no primeiro dia do exame no ano passado.
Para os alunos, as provas mais difíceis foram química e física. "Em química e física, chutei tudo", disse Ana Carolina Coutinho, 17, candidata a pedagogia.
O coordenador de português do curso Objetivo José Francisco Lé, 51, apontou alguns problemas na prova de ontem.
Segundo ele, a questão 23 na prova branca (45 na verde, 7 na rosa, 26 na azul e 69 na amarela) tem duas respostas que poderiam ser consideradas corretas.
O gabarito oficial da Fuvest aponta a resposta D como a certa. Para Lé, a questão A também é correta. "Há intensidade, mas também há exclusão na frase citada na questão."
Na questão 32 da prova branca (42 na verde, 15 na rosa, 35 na azul e 80 na amarela), a frase "O Diabo ri por último" poderia equivaler também à letra C ("Todo dia ela faz sempre tudo igual"). A Fuvest aponta como correta a letra D.
Segundo o vice-diretor da Fuvest, José Atílio Vanin, o problema será encaminhado à banca.
O diretor do curso Objetivo José Augusto Nasser disse que a unidade do cursinho em Santos recebeu uma prova azul com problemas de impressão. Na questão 47 de física da prova azul estaria faltando um pedaço do enunciado: "centro C. Sobre a folha é colocada uma placa grossa".
Segundo Vanin, se for comprovado erro, a questão será anulada. "Todas as provas têm de ser absolutamente iguais."
Para Eduardo Figueiredo, 52, do Objetivo, a prova de física foi mais fácil do que no ano passado. "Havia questões mais simples."
Em compensação, inglês foi considerada mais difícil. "Era preciso ter hábito de leitura para fazer as questões", disse Arnon Hollander, 51, do curso Objetivo.
Para o coordenador de química do Objetivo, Antônio Mário Salles, a prova deste ano foi mais difícil que a do ano passado.
O professor de química do CPV, Nicolau Arthurovich, concorda."As questões de química estavam muito trabalhosas, bem mais que no ano passado".
Na parte de física, o professor Sidney Borges, do CPV, disse que a prova estava abrangente.
Na área de português, a professora do CPV Heloaci Rangel da Costa, disse que a prova foi mais difícil que a do ano passado.

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