São Paulo, segunda-feira, 20 de novembro de 1995
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Exposição tem obra de brasileira

MARCOS AUGUSTO GONÇALVES
EDITOR DE DOMINGO

"Exposições francesas frequentemente viajam para os Estados Unidos, mas a nova mostra do Centro Georges Pompidou parece que não vai estar entre elas". Assim o "The New York Times" iniciou, na terça-feira, dia 7, a apresentação para o público norte-americano de "Femininomasculino - O Sexo da Arte". Alan Riding, autor do artigo, acrescentou uma singela e sintomática explicação: "Embora o propósito não seja chocar, a mostra oferece evidências suficientes da fascinação artística pelo sexo para fazer com que as fotos de Robert Mapplethorpe passem quase despercebidas".
Mapplethorpe foi pivô, nos EUA, de uma cruzada com o intuito de vetar a presença de suas fotos (negros e pênis) em instituições com financiamento público.
A mostra é mesmo uma gigantesca feira do sexo esculpido, pintado, fotografado, gravado e instalado na arte produzida ao longo do século. De genitálias explícitas a erotismos sugeridos, passando por travestimentos e perversões generalizadas, o quinto andar do Centro Pompidou é ocupado por cinco centenas de obras. Muito lixo e algum luxo são reunidos em duas grandes vertentes, uma que parte de Picasso, outra de Duchamp. No primeiro caso, masculino e feminino interagem como dois pólos distintos. No segundo, os gêneros se mesclam e se confundem. Uma nota brasileira: Lygia Clark (1920-1988) participa da exposição com seus "Trepantes".

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