São Paulo, segunda-feira, 20 de novembro de 1995
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Encontro discute futuro das artes na América do Sul

ANA FRANCISCA PONZIO
ESPECIAL PARA A FOLHA

A primeira edição do evento "América em Cena", que começa hoje em São Paulo e vai até o dia 2 de dezembro, tem proposta bem mais ampla do que a programação de cursos de dança, música e um espetáculo de inauguração.
Voltado para o futuro das artes na América do Sul, o evento é, na verdade, um projeto que pretende avançar além do ano 2000, com o objetivo de integrar os artistas da região, estimular e valorizar a criação, difundir a produção e refletir sobre identidades artísticas.
Hoje, na sede do Cena (Rua Ibiaté, 52, Itaim; tel. 820-8083), começam os cursos com os primeiros artistas convidados, vindos do Chile e Argentina.
No dia 1º de dezembro, às 21h, um espetáculo reunirá, no Teatro Municipal de São Paulo, apresentações de Malucha Solari, Raymundo Costa e o Ballet Stagium para marcar o lançamento do "América em Cena".
"É interessante pensar que em pouco mais de quatro anos estaremos falando da arte do milênio passado", diz Mônica Allende Serra, idealizadora do "América em Cena" e Coordenadora de Pesquisa do Instituto de Artes da Universidade de Campinas.
"Para produzir, com real expressão, a arte do próximo milênio, é preciso saber quem somos e quem são nossos vizinhos", acrescenta Mônica. Embora seja mulher de José Serra, ministro do Planejamento, ela não vincula o projeto às atividades do governo federal.
Para concretizar o "América em Cena", uniu-se ao Centro de Encontro das Artes (Cena), entidade particular com fins artísticos, pedagógicos e de pesquisa, que funciona em São Paulo sob a direção de Olga Borelli e da coreógrafa e professora Gilda Murray.
Para se viabilizar financeiramente, o "América em Cena" está captando patrocínios de empresas. Outro objetivo do "América em Cena" é produzir um movimento de vanguarda, ancorado no cruzamento das artes.
Ou seja, os eventos e atividades devem enfocar linguagens interdisciplinares, por meio de obras abertas à comunicação entre artes plásticas, música, dança, teatro, vídeo, cinema, etc.
Paralelamente, estará sendo desenvolvida pesquisa que estudará a trajetória dos movimentos artísticos da América do Sul desde o início do século.

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