São Paulo, segunda-feira, 20 de novembro de 1995
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EUA têm acordo sobre Orçamento

CARLOS EDUARDO LINS DA SILVA
DE WASHINGTON

O presidente dos EUA, Bill Clinton, 49, anunciou ontem que governo e oposição chegaram a acordo para reabrir a administração federal a partir de hoje, após seis dias de paralisação parcial.
O Congresso vai autorizar o governo a funcionar até 15 de dezembro sem Orçamento para o ano fiscal de 1996, iniciado no dia 1º de outubro.
O presidente se comprometeu a equilibrar o Orçamento em sete anos, mas não como uma obrigação, como a oposição queria.
Em contrapartida, a oposição concordou em não fazer "cortes devastadores" em programas sociais do governo nas áreas de previdência, saúde, educação e meio ambiente.
Se até 15 de dezembro não houver acordo mais amplo sobre o Orçamento de 1996 e dos anos seguintes até 2002, o governo pode fechar de novo.
A assessoria de imprensa do consulado dos EUA em São Paulo foi procurada pela Folha às 22h30 de ontem e disse que não tinha decisão tomada sobre a volta da concessão de vistos. O consulado havia dito antes que concederia vistos logo que se chegasse a um acordo sobre o Orçamento.
Esta foi a mais longa paralisação parcial do governo dos EUA.
O maior vitorioso com o acordo parece ser Bob Dole, líder da oposição no Senado e principal aspirante à candidatura presidencial do Partido Republicano em 1996.
Ele comanda a ala mais moderada do partido.
Para Clinton, o compromisso, ainda que condicional, de equilibrar o Orçamento até 2002, meta que ele dizia ser inatingível, é constrangimento indisfarçável, que vai ter custos políticos.
Para o presidente da Câmara, Newt Gingrich, e os oposicionistas mais radicas, reconhecer que os cortes por eles propostos na área social do Orçamento são inaceitáveis também é uma derrota.
Governo e oposição concordaram em usar os números do Congresso para calcular o Orçamento, mas apenas se a Casa Branca e economistas independentes sejam ouvidos para estabelecê-los.
Clinton disse que não assinará nenhum Orçamento aprovado pelo Congresso que imponha aumentos de impostos para os assalariados do país.
Ele afirmou que "os vencedores são todos os norte-americanos".

Colaborou a Reportagem Local

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