São Paulo, terça-feira, 21 de novembro de 1995 |
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'Tucanato' rejeitava Júlio César
EMANUEL NERI
Os primeiros atritos entre eles surgiram na campanha eleitoral do ano passado. A principal restrição ao embaixador era a forma como ele alterava roteiros da campanha de FHC. Muitas vezes, incluiu de última hora encontros com empresários nas cidades visitadas. Encontros em entidades empresariais também eram incluídos no roteiro da campanha sem consulta aos demais integrantes do comando da campanha. Isso atrasava a programação do candidato e criava atritos com auxiliares mais próximos. Júlio César começou a trabalhar com FHC no Ministério das Relações Exteriores. Depois, foi com ele para o Ministério da Fazenda. Na campanha eleitoral, juntou-se ao grupo dos amigos íntimos do candidato. Não demorou muito para surgirem os primeiros problemas. A tensão existia principalmente com o chamado grupo operacional da campanha. Eduardo Jorge, Sérgio Motta e Francisco Graziano integravam esse grupo. Considerados amigos muito próximos de FHC, esses auxiliares se queixavam da fúria com que Júlio César disputava a intimidade do então candidato. Os excessos de zelo do embaixador também incomodavam o grupo de amigos. Em setembro do ano passado, durante visita a Ponta Grossa (PR), Júlio César chegou a deixar FHC esperando por quase meia hora em um jatinho no aeroporto da cidade. Ele ia para Curitiba. O objetivo da espera era fazer com que o jatinho que transportava o próprio Júlio César chegasse antes a Curitiba. O embaixador fazia questão de receber FHC com um certo grau de solenidade em todos as cidades visitadas. Ele costumava esperar FHC no meio da pista do aeroporto. Quando o jatinho chegava, era o primeiro a se dirigir à escada do avião. Para desagrado do grupo de amigos, fazia questão de conduzir o candidato em sua programação. Texto Anterior: Fusão de bancos aumenta divergências Próximo Texto: Stephanes negocia acordo com o relator Índice |
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