São Paulo, quarta-feira, 22 de novembro de 1995
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Médico ignora vontade de paciente, diz estudo

DAS AGÊNCIAS INTERNACIONAIS

Pacientes terminais morrem sentindo dores, mesmo desejando não se submeter a tratamentos caros que prolonguem mais suas vidas. Essa é a conclusão de um estudo realizado pela fundação Robert Wood Johnson (EUA), publicado hoje na revista da Associação Médica Americana ("Jama).
Considerado o maior estudo do gênero, o estudo conclui que os médicos deveriam aprender a discutir melhor os tratamentos com seus pacientes terminais.
O estudo, dividido em duas etapas, acompanhou 9.105 pacientes dos cinco maiores hospitais dos EUA, como o Israel Beth, em Boston. Os pacientes observados tinham doenças como câncer pulmonar e insuficiência cardíaca.
Na primeira fase, entre 1989 e 1991, foram acompanhados 4.301 pacientes com idade média de 65 anos e com estimativa de seis meses de vida. A segunda etapa ocorreu entre 92 e 94, envolvendo 4.804 pacientes que apresentavam condições semelhantes.
Segundo os autores do estudo, a comunicação entre médico e paciente poderia ajudar a escolha de alternativas de tratamentos mais adequadas e reduzir o tempo em que os pacientes permanecem em estados indesejados.
Tais tratamentos, dizem os pesquisadores, poderiam melhorar a qualidade de vida dos pacientes terminais, já que foi mostrado que eles preferem muitas vezes não prolongar suas vidas.
"Pacientes e suas famílias chegam ao hospital esperando milagres. Mas, mesmo vivendo mais, não significa que toda a tecnologia os esteja ajudando a viver mais confortavelmente, ou que isso faça com que vivam mais, disse Joanne Lynn, do Centro Médico da Universidade George Washington (EUA), autora do estudo.
A Associação Médica Americana diz estar organizando um grupo que deverá identificar como médicos e pacientes terminais poderiam decidir juntos quais as melhores formas de tratamento.

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