São Paulo, quarta-feira, 22 de novembro de 1995
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

Meninos de rua e d. Paulo ganham prêmio

EMANUEL NERI
DA REPORTAGEM LOCAL

O Movimento Nacional de Meninos e Meninas de Rua, de Brasília, foi o vencedor do Prêmio Nacional de Direitos Humanos na categoria entidade. O prêmio individual vai para d. Paulo Evaristo Arns, arcebispo de São Paulo.
Os prêmios para os segundos colocados nas duas categorias vão para a Casa da Paz de Vigário Geral, do Rio, dirigida pelo sociólogo Caio Ferraz, e para o jornalista Gilberto Dimenstein, correspondente da Folha em Nova York.
O Prêmio de Direitos Humanos foi criado pelo presidente Fernando Henrique Cardoso. Tem como objetivo premiar entidades e pessoas que mais se destacaram na defesa dos direitos humanos.
O dinheiro dos prêmios será dado por empresas privadas. Na categoria entidade, o primeiro lugar receberá R$ 30 mil; o segundo, R$ 25 mil. Os prêmios individuais são de R$ 20 mil e R$ 10 mil.
A data inicial de entrega dos prêmios, em Brasília, era o dia 10 de dezembro, Dia dos Direitos Humanos. Foi antecipada para o dia 7, porque d. Paulo tem compromisso no dia 10. FHC participará da cerimônia.
A comissão que escolheu os premiados era formada por 12 pessoas ligadas à defesa dos direitos humanos.
Na categoria entidade, vão receber menções honrosas o grupo Tortura Nunca Mais, do Rio, e a Fundação Fé e Alegria, dos jesuítas de São Paulo, que trabalha com 28 mil crianças carentes.
As menções honrosas na categoria individual vão para a artista plástica Ivone Bezerra de Mello, que trabalhava com crianças assassinadas na chacina da Candelária, no Rio, e para a promotora Stella Kuhlman, de São Paulo.
Kuhlman é a promotora do inquérito sobre a chacina do Carandiru, em São Paulo, em 1992, no governo Luiz Antonio Fleury Filho (PMDB). Morreram 111 presos. Ela está ameaçada de morte.
D. Paulo ganhou o principal prêmio individual por causa de sua atuação na defesa de presos políticos no regime militar (1964-1985). Dimenstein foi premiado graças ao seu trabalho jornalístico sobre prostituição de crianças e escravidão infantil.
FHC foi indicado pelo rabino Henry Sobel para o prêmio individual, mas foi desclassificado pelos demais membros da comissão que escolheu os premiados.

Texto Anterior: Achada a mais antiga sinagoga
Próximo Texto: Com voto de Sarney, PMDB fecha questão contra Sivam
Índice


Clique aqui para deixar comentários e sugestões para o ombudsman.


Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.