São Paulo, quarta-feira, 22 de novembro de 1995 |
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Com voto de Sarney, PMDB fecha questão contra Sivam
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA A bancada do PMDB no Senado, que tem 24 senadores, reuniu-se ontem à noite e decidiu fechar questão contra o atual projeto Sivam (Sistema de Vigilância da Amazônia), que prevê o uso de equipamentos da empresa norte-americana Raytheon.O PMDB quer que o governo realize nova licitação para contratar outra empresa para a instalação dos equipamentos de controle do tráfego aéreo na Amazônia. Gilberto Miranda (AM), relator do projeto -que já havia defendido o fim do Sivam à tarde-, convenceu os companheiros de partido. O presidente do Congresso, José Sarney (AP), estava presente e concordou com a decisão. A bancada do PSDB, com 13 senadores, também se reuniu e decidiu continuar apoiando o projeto. Miranda já havia pedido na Comissão de Assuntos Econômicos (CAE) o cancelamento do contrato com a Raytheon. Se a proposta for aprovada na comissão e no plenário, o governo terá de reiniciar o processo de escolha de uma empresa para implantar o Sivam. A votação do parecer foi adiada porque os senadores pediram tempo para analisar o relatório. Miranda apresentou um projeto de resolução que torna sem efeito as autorizações concedidas à União para contratar operações de crédito externo destinadas ao financiamento parcial do Sivam. O líder do PT, Eduardo Suplicy (SP), divulgou cópias de um discurso de Miranda feito em 21 de dezembro de 94 em que defendia a aprovação do Sivam. Miranda afirmou que foi relator de plenário, indicado no mesmo dia em que o projeto foi votado. No discurso de dezembro de 94, porém, o relator afirmava ter conhecimento do projeto. "Pesquisei incessantemente sobre as centenas e milhares de laudas, gráficos e tabelas dessa complexa matéria. Foram horas incontáveis de leitura, para encontrar um balizamento consciente para proferir o parecer", disse. Em seguida, concluiu: "O projeto, sem dúvida alguma, é o maior empreendimento de envergadura e interesse estratégico para o Brasil". Após conhecer outros sistemas nos EUA e Rússia, Miranda modificou sua posição. Alternativas O senador afirma em seu relatório que o projeto da Raytheon é muito caro (custa US$ 1,4 bilhão) e está defasado tecnologicamente. Segundo Mirando, ele seria substituído com vantagens por dois outros sistemas, que custariam, juntos, US$ 670 milhões. Afirmou que a navegação aérea poderia ser controlada pelo sistema WAAS (Wide Area Augmentation System), o mesmo que será implantado nos EUA a partir de 98. O custo é de US$ 470 milhões. O sistema OTH (Over The Horizon) serviria para a identificação e detecção de objetos em movimento, num leque de cobertura de 3.000 quilômetros de comprimento e 2.400 quilômetros de largura. O custo seria de US$ 200 milhões. Ontem mesmo, a SAE (Secretaria de Assuntos Estratégicos) divulgou documento em que contesta a eficiência dos sistemas alternativos apresentados por Miranda. Texto Anterior: Meninos de rua e d. Paulo ganham prêmio Próximo Texto: FHC acha que grave é grampo Índice |
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