São Paulo, quarta-feira, 22 de novembro de 1995 |
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FHC suspeita ter sido 'grampeado' pela PF
JOSIAS DE SOUZA
FHC lembrou ter conversado com o embaixador Júlio César Gomes dos Santos por mais de uma vez no período em que o telefone do diplomata estava sendo monitorado pela PF. Pressionado, o ministro Nelson Jobim deu prazo de 24 horas ao diretor da PF, Vicente Chellotti, para que produza um relatório com detalhes sobre a investigação. Chellotti havia feito ao ministro apenas um relato verbal do caso da escuta telefônica envolvendo o ex-chefe do cerimonial. O presidente não engoliu a versão da Polícia Federal. Acha improvável que a polícia tenha espionado Júlio César a partir de denúncias anônimas de suposta ligação com narcotráfico. FHC considera inconcebível que nem Jobim nem ele próprio tenham sido avisados. O presidente só recebeu o relatório com a transcrição das gravações 46 dias depois de ter ficado pronto. Jobim e Chellotti conversaram ontem por mais de duas horas no gabinete do ministro. Ao fim da reunião, deixaram o prédio pela saída privativa para evitar os jornalistas. Jobim se encontrou com Chellotti depois de falar com o presidente no Palácio do Planalto. O diretor da PF tem um prazo de 24 horas para apresentar o relatório. No ofício que lhe foi enviado, o ministro pede que seja "circunstanciado e acompanhado de documentação pertinente e de fitas". O relatório também deverá esclarecer todos os procedimentos adotados para a instalação do "grampo". Sindicância No mesmo ofício também foi determinada a abertura de "imediata sindicância" em regime de "urgência e prioridade absoluta", para apuração "de todos os fatos, seus antecedentes e motivações". Jobim pediu ainda a Chellotti PF para ser informado diariamente a respeito da sindicância. Colaborou Sucursal de Brasília Texto Anterior: FHC acha que grave é grampo Próximo Texto: Juiz não ouviu conversa de FHC Índice |
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