São Paulo, quarta-feira, 22 de novembro de 1995
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FHC acha que grave é grampo

JOSIAS DE SOUZA; RAQUEL ULHÔA
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

Em reunião com um grupo de nove senadores, no final da tarde de ontem, FHC disse que considera o episódio do grampo mais grave do que as denúncias de tráfico de influência .
Em atenção às ponderações dos senadores, o presidente decidiu também adiar a votação do projeto do Sivam. Antes, o Senado investigará as denúncias que apontam o tráfico de influência em torno do projeto.
Os senadores recomendaram cautela a FHC. Esperidião Amin (SC), presidente do PPB, disse que, se batesse o pé, o presidente conseguiria arrancar a aprovação do Senado. Mas se arriscaria a provocar a ira de parte dos senadores e deputados. Cresceria o movimento em favor da instalação de uma CPI para investigar o Sivam.
O melhor seria que, antes de autorizar o empréstimo, o Senado investigasse o caso, por intermédio de suas comissões normais. Informou-se ao presidente que a apuração seria feita em três comissões: Assuntos Econômicos Econômicos, Relações Exteriores e Fiscalização e Controle.
Ontem mesmo decidiu-se requisitar à PF o envio ao Senado de toda a documentação referente à investigação em torno de Júlio César.
Suspeitas
Na reunião, FHC disse estranhar o que chama de mudança de posição do relator, que já teria defendido antes o contrato com a Raytheon (leia texto à página 1-4).
Os líderes e vice-líderes reunidos com FHC concordaram que o comportamento de Miranda era estranho. Decidiram retirar dele o controle da apuração sobre as supostas irregularidades.
A comissão que vai analisar as transcrições das conversas e a íntegra do processo que culminou com a escuta telefônica deverá ser presidida pelo senador Antônio Carlos Magalhães (PFL-BA), presidente da CRE (Comissão de Relações Exteriores e Defesa Nacional). O nome foi sugerido na reunião pelos líderes. Além da CRE, vão formar a comissão de investigação do caso as Comissões de Assuntos Econômicos e de Fiscalização e Controle.
ACM já disse que "o Sivam está morto". FHC afirmou aos senadores que o governo não tem nada a esconder.
(Josias de Souza e Raquel Ulhôa)

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