São Paulo, quarta-feira, 22 de novembro de 1995
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Banco quer utilizar Proer

MILTON GAMEZ
DA REPORTAGEM LOCAL

O Unibanco não utilizou um único centavo do Proer (Programa de Apoio à Reestruturação e Fortalecimento do Sistema Financeiro Nacional) na compra das operações bancárias do Nacional, mas candidatou-se aos recursos da nova linha de financiamento de fusões e aquisições.
Segundo o presidente do Unibanco, Tomas Zinner, a instituição pagou cerca de R$ 1 bilhão em ações e em dinheiro para comprar a parte saudável do Nacional. Quaisquer custos de reorganização administrativa do novo Unibanco poderão ser financiados com dinheiro do Proer, explicou.
Segundo ele, R$ 682 milhões em ações preferenciais do Unibanco foram entregues ao Nacional , agora sob intervenção do Banco Central. Os restantes R$ 318 mlhões foram pagos em dinheiro.
A família Magalhães Pinto, ex-dona do Nacional, só verá a cor desse dinheiro se sobrar recursos após a liquidação do que sobrou da instituição.
As ações entregues ao espólio do ex-banco carioca foram equivalentes ao aumento de capital provomido pela holding do Unibanco, de R$ 682 milhões. Esse aumento foi justificado para adequar o novo banco às regras de capital e alavancagem (volume emprestado em relação ao capital) do Acordo da Basiléia, explicou Zinner.
Ele não soube dizer o volume exato dos ativos e passivos incorporados do ex-Nacional, alegando que o BC ainda estava levantando os números finais da transação. Se houver diferença entre os passivos (depósitos e aplicações) e os ativos (empréstimos), o ex-Nacional (leia-se BC) irá cobrir a diferença.
"Recebemos ativos e passivos equilibrados, mas só saberemos a totalidade após a análise final dos contratos do ex-Nacional. Empréstimos ruins não foram incorporados", disse Zinner.
Até sexta-feira, deverá sair o balancete consolidado do novo banco.
(MG)

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