São Paulo, quarta-feira, 22 de novembro de 1995
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Cineasta teme por projeto cultural

MILTON GAMEZ
DA REPORTAGEM LOCAL

O cineasta Walter Salles, filho do banqueiro Walther Moreira Salles, está apreensivo com o futuro do Projeto Cultural Banco Nacional.
Ontem, durante a pré-estréia do filme "Terra Estrangeira", no Espaço Banco Nacional de Cinema em São Paulo, Salles disse à Folha que gostaria de ver o projeto mantido e ampliado pelo Unibanco, que comprou as operações comerciais do Banco Nacional.
"Tenho uma relação afetiva de longa data com o Nacional, meu primeiro patrocinador, em meados dos anos 80, quando fizemos especiais para a televisão", disse.
Ele não quis comentar se vai pedir pessoalmente ao seu irmão, Pedro Moreira Salles -que está à frente do Unibanco- para manter a iniciativa cultural. Mas deixou claro que esse é o seu desejo.
O cineasta redigiu um depoimento sobre o assunto. No depoimento, afirma que ficou triste com o que aconteceu com o Nacional.
"Primeiro, porque tenho grande admiração por Ana Lúcia Magalhães Pinto e por outros membros da família que são amigos próximos, como Chico Magalhães Pinto (que fez as belas fotos de still de 'Terra Estrangeira'). O Nacional sempre investiu em cinema nacional de qualidade, como o Cinema Novo, e incentivou a produção independente de TV em uma época em que ninguém tinha coragem de fazer isso", afirma Salles.
Segundo ele, esse projeto cultural é "raríssimo neste país. É um verdadeiro movimento cultural e não apenas marketing".
Salles elogia também as salas do Espaço Banco Nacional de Cinema, que, segundo ele, são as melhores do país e têm uma programação "instigante".
(MG)

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