São Paulo, quarta-feira, 22 de novembro de 1995
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Tropa dos EUA pode partir nesta semana

CARLOS EDUARDO LINS DA SILVA
DE WASHINGTON

Cerca de 1.500 engenheiros militares, especialistas em comunicação e oficiais de logística serão os primeiros norte-americanos a serem enviados à Bósnia para a implementação do acordo de paz.
Eles poderão partir ainda esta semana, assim que a Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan) aprovar o plano do general George Joulwan, comandante supremo das forças da Europa.
Pelo plano de Joulwan a Força de Implementação terá 60 mil soldados, 20 mil deles dos EUA.
Reino Unido e França, que já têm tropas na Bósnia, serão os outros dois grandes contribuintes da força de paz.
Todos os outros países da Otan enviarão contingentes. Alguns países muçulmanos, como Paquistão e Malásia, também vão contribuir.
A Rússia, que não integra a organização, mandará soldados, que vão ficar subordinados diretamente ao comando dos Estados Unidos, não da Otan.
Entre as atribuições da força estarão: dar segurança aos comboios de alimentos e remédios, orientar e manter a ordem durante o retorno dos refugiados, restaurar serviços essenciais, desarmar e remover minas, combater grupos terroristas e mercenários.
A missão não vai ter limite de tempo. No Pentágono, quartel-general das Forças Armadas dos EUA, calcula-se que ela vá durar de um a dois anos.
Ninguém faz previsão de baixas. Mas a maioria dos analistas acha impossível que não ocorram pelo menos algumas centenas.
As tropas da Organização das Nações Unidas na ex-Iugoslávia sofreram 210 mortes nos seus três anos de atuação com um número máximo de soldados da ordem de 34 mil.
O comando militar norte-americano deverá ser instalado na cidade de Tuzla, cerca de 75 km ao norte de Sarajevo.
Numa primeira fase, ficará em Pecz, na Hungria, cerca de 250 km ao norte da capital da Bósnia.
O comandante-geral das tropas da Otan será o general George Joulwan.
O grosso dos soldados dos EUA virão da Primeira Divisão Blindada, conhecida como "Divisão de Ferro", baseada em Bad Kreuznach, Alemanha.
A divisão é equipada com helicópteros Apache, tanques M-1 e munição guiada a laser. Seu comandante é o general William Nash, que deverá ser o responsável máximo pelos soldados norte-americanos.
(CELS)

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