São Paulo, quarta-feira, 22 de novembro de 1995 |
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O BC e a política Evitar a bancarrota de um grande banco é muitas vezes uma questão de interesse geral. O custo público de uma crise no sistema financeiro pode ser maior do que os reais empenhados pelo erário para evitá-la. Quando a situação chega a esses termos, porém, é porque o país se encontra diante de fatos consumados. Ou a sociedade perde sofrendo os efeitos desastrosos de uma crise ou perde destinando recursos a cobrir o prejuízo. O cerne da questão está portanto nos fatores que retardam a ação do Banco Central. Por que, afinal, o BC só interveio quando o comprometimento de recursos públicos já era irremediável? Falhas técnicas podem ter contribuído para essa demora. Mas a causa principal está claramente nas injunções políticas envolvidas na tomada de decisões. A independência do BC e o estabelecimento de critérios claros para nortear sua atuação são itens centrais de um programa que vise a garantir a estabilidade do sistema bancário e, ao mesmo tempo, o bom uso do dinheiro público. A influência de pressões alheias à boa gestão da política econômica limita a capacidade e a rapidez das autoridades monetárias. Se a lógica das economias contemporâneas força o governo a absorver prejuízos quando um grande banco está em risco, é legítimo que o BC disponha das prerrogativas para supervisionar rigorosamente o sistema financeiro. E da independência para intervir antes que a posição de alguma instituição se deteriore excessivamente. Texto Anterior: Só com CPI Próximo Texto: Viva a oposição Índice |
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