São Paulo, sexta-feira, 24 de novembro de 1995
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Polícia caça irmãos acusados de matar 8

DA SUCURSAL DO RIO

A Prefeitura de Nova Friburgo (cidade a 150 quilômetros ao norte do Rio) ofereceu ontem R$ 5.000 a quem der informações sobre dois irmãos acusados de serem autores de oito mortes na região. Cinco das vítimas sofreram abusos sexuais depois que foram mortas.
Os dois irmãos, identificados como Henrique e Ibrahin de Oliveira, estão sendo procurados por um destacamento especial da Polícia Militar do Rio de Janeiro.
Seis das mortes ocorreram a partir do mês de dezembro do ano passado. As duas primeiras, em 91.
Nesta semana, mais duas pessoas foram vítimas dos irmãos, segundo a polícia. Uma mulher grávida de sete meses e um menino de 9 anos.
Os dois irmãos são filhos de trabalhadores rurais de Nova Friburgo. Segundo informações coletadas pela polícia, eles já estão mortos. O mais novo dos irmãos (Ibrahin) tem 19 anos e o mais velho, 21.
Segundo testemunhas, eles são muito violentos, comunicam-se entre eles com grunhidos e vivem dentro das matas.
O mais novo chegou a ser preso em 1991, depois do primeiro crime, mas fugiu do Instituto Padre Severino, no Rio, que cuida de menores infratores.
Segundo a polícia, os dois atacam suas vítimas geralmente em locais afastados das cidades, nas zonas rurais, e depois fogem para as florestas.
Buscas
As buscas envolvem operações nas matas que cercam as cidades de Nova Friburgo e Sumidouro. Policiais militares do Bope (Batalhão de Operações Especiais) descobriram um casebre, em uma mata de Sumidouro, que foi usado como esconderijo.
As primeiras investigações sobre os crimes foram feitas pelo delegado Hélio Luz, atual chefe da Polícia Civil do Rio de Janeiro, que até junho deste ano era o titular da delegacia de Sumidouro.
O menino morto nesta semana era filho de uma mulher que trabalhou como empregada de Hélio Luz, na época em que ele morou na cidade.
O prefeito de Nova Friburgo, Heródoto Bento de Mello, solicitou ao secretário estadual de Segurança, Nilton Cerqueira, que haja reforço das forças policiais que fazem as procuras aos dois na região.
Atualmente, o Bope mantém um grupo de 30 policiais militares vasculhando locais onde testemunhas afirmam já ter visto os dois irmãos.
As matas da região são muito densas e os policiais acreditam que os acusados são muito hábeis para caminhar entre a vegetação cerrada.

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