São Paulo, sábado, 25 de novembro de 1995
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Jobim considera explicações suficientes

DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

O ministro Nelson Jobim (Justiça) decidiu que não vai mais interpelar o presidente do Incra, Francisco Graziano, sobre a seu envolvimento no caso. Para o ministro, a nota divulgada ontem por Graziano já dá as explicações necessárias. Até anteontem Jobim suspeitava que Graziano teria sido o pivô da investigação.
Jobim também concedeu mais dois dias ao diretor da PF (Polícia Federal), Vicente Chelotti, para responder às 22 perguntas que ele encaminhou anteontem pedindo explicações sobre a escuta telefônica na casa do embaixador Júlio César Gomes dos Santos, ex-chefe do cerimonial do Planalto.
Com as duas decisões de ontem, toda a investigação do governo recai agora sobre a Polícia Federal.
Em sua nota, o presidente do Incra confirma a versão de Jobim divulgada anteontem -ele tomou conhecimento do documento da PF com o resumo das transcrições no dia 9 e, no mesmo dia, levou-o ao presidente Fernando Henrique.
A nota de Graziano "elimina" a possibilidade de ter que interpelá-lo sobre sua participação no episódio, disse Jobim, por intermédio de sua assessoria.
Ele afirmou, ainda pela assessoria, que o relatório de Chelotti ajudará a apurar os fatos, mas as culpas só serão esclarecidas na sindicância aberta na Polícia Federal.
Na sindicância, Chelotti terá de apontar os responsáveis pelo "grampo" e o vazamento das informações.
Ele já convocou para depor o seu irmão, Paulo Chelotti, assessor de Graziano. O diretor da PF disse que só ontem soube do envolvimento do irmão no caso.
Segundo a assessoria de comunicação do Ministério da Justiça, Jobim falou com Chelotti por telefone no final da tarde de ontem.
O diretor da PF disse que o trabalho é muito volumoso e pediu o prazo de um final de semana para responder a uma série de perguntas formuladas pelo ministro.
As respostas para esse questionário serão entregues para Jobim na segunda-feira, à 11h.

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