São Paulo, sábado, 25 de novembro de 1995
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Abertura é maior arma do Real, diz Franco

DA REPORTAGEM LOCAL

O diretor de assuntos internacionais do Banco Central, Gustavo Franco, afirmou ontem que o Plano Real continuará a ter na abertura da economia à concorrência externa sua principal arma.
Para ele, essa maior abertura da economia será responsável pela garantia de ganhos crescentes de produtividade da economia brasileira.
Esses ganhos de produtividade, na avaliação de Franco, justificam a eventual "destruição de algumas coisas". O diretor do BC considera que essas "coisas" serão substituídas por outras, o que, avalia, é "fruto da inovação tecnológica".
Citando o economista Joseph Schumpeter (1883-1950), Gustavo Franco afirmou que esse processo de renovação faz parte de uma "destruição criativa".
Franco justificou sua tese, com números sobre o crescimento da produtividade da economia brasileira. Segundo ele, durante a década de 80 a produtividade cresceu em torno de 1% ao ano.
Isso índice pulou na década de 90 para um crescimento médio anual de 7,1%, crescimento que se concentrou principalmente nos anos de 1994 e 95.
Ajuste fiscal
Gustavo Franco afirmou ainda que tanto a política de juros quanto a de câmbio são resultados em última instância do ajuste fiscal que o governo vem tentando fazer.
"É preciso entender que o ajuste fiscal, que é necessário, é por natureza lento", considerou.
Segundo o diretor do BC, o governo continuará com a política de abertura da economia à concorrência dos produtos importados, que, na sua avaliação, são o principal combustível do Plano Real.
Ele avaliou ainda que essa maior abertura da economia à concorrência externa atende a uma demanda da sociedade brasileira, que foi consolidada no governo FHC.

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