São Paulo, sábado, 25 de novembro de 1995
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Bolsa paulista fecha semana em baixa

JOÃO CARLOS DE OLIVEIRA
DA REPORTAGEM LOCAL

Com um volume razoável para os dias de hoje, a Bolsa paulista fechou em baixa de 2,61%.
O mercado continua com sua tendência de médio prazo indefinida, mas piorou o humor dos analistas com relação ao comportamento das contas públicas.
O déficit e a dívida continuam crescendo, enquanto os obstáculos políticos às reformas parecem cada vez mais altos.
Foram muitos os rumores. Os analistas e operadores não dispensavam comentários sobre o possível noticiário de final de semana.
E os balanços das ações de segunda linha (que concentram as empresas) têm mostrado números piores do que se esperava.
Pouca gente se dá conta de que as fusões e aquisições bancárias -embora positivas para o sistema e inevitáveis-, no curto prazo, significam uma redução do crédito disponível para as empresas.
Os analistas conseguem projetar um cenário de queda gradual (gradualíssima) das taxas de juros, mas não imaginam uma abertura maior para a concessão de crédito.
Até porque, consideram, o Plano Real, mantida a atual moldura (câmbio parado e juros elevadíssimos), só continua equilibrado se a economia se contentar com um crescimento moderado.
Não há apostas de crise instantânea, pirotécnica, mas de um lento processo de desgaste -como se fosse uma doença incurável.
Mas não é necessariamente e inevitavelmente o caso. É preciso ponderar, porém, que o ritmo das reformas anteriormente previsto pelo mercado -bem traduzido pela "privatização selvagem" do deputado Delfim Netto (PPB-SP)- era incompatível com a estrutura política existente.
Ontem, instituições cariocas continuaram como fortes vendedoras de dólares no mercado de dólar-flutuante. Se o dinheiro veio de fora do país, até agora não pagou o IOF (Imposto sobre Operações Financeiras) devido, de 7%.
Na véspera, entraram US$ 50 milhões. Ontem, aproximadamente, mais US$ 25 milhões.
Voltou a existir ágio entre o flutuante e o comercial.
É que as cotações do comercial (exportações e importações) voltaram a encostar no "piso" da minibanda. No fechamento, o dólar comercial foi comprado a R$ 0,9647 e vendido a R$ 0,9650.

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