São Paulo, sábado, 25 de novembro de 1995
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SP faz acordo para aumentar energia

ALEX RIBEIRO
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

As concessionárias paulistas de energia elétrica já fecharam acordo sobre suas dívidas com o sistema Eletrobrás e esperam apenas a publicação de uma portaria do governo federal para colocar em prática o aumento de tarifa já autorizado.
Segundo o presidente da Cesp, Andrea Matarazzo, o acordo será assinado depois de acertados os últimos detalhes. Ele espera obter, no início da próxima semana, a autorização para o reajuste.
O Ministério da Fazenda divulgou, há 22 dias, os índices de reajuste das três empresas de São Paulo -Cesp, CPFL e Eletropaulo-, que são diferentes para cada empresa e variam de acordo com as faixas de consumo.
Para colocá-los em prática, entretanto, o Dnaee (Departamento Nacional de Águas e Energia Elétrica) impôs a condição de ser renegociado o pagamento de dívidas atrasadas de R$ 2,3 bilhões com o sistema Eletrobrás.
O acordo divide os pagamentos em duas partes. A primeira, de R$ 500 milhões, inclui impostos devidos à Eletrobrás -e vai ter pagamento parcelado.
A segunda parte, de R$ 1,8 bilhão, é referente a parcelas atrasadas de energia comprada pela Cesp. "Vamos pagar por meio de desmobilização patrimonial", disse Matarazzo à Folha.
Segundo ele, alguns bens da Cesp serão transferidos à Eletrobrás ou vendidos a terceiros. Entre eles, poderão ser incluídas usinas de energia da Cesp. "Estamos fazendo a avaliação dos bens para formalizar o acordo", disse.
A renegociação das dívidas da Cesp também inclui um aval do governo federal para o lançamento de US$ 710 milhões em bônus no mercado europeu.
Segundo Matarazzo, a equipe econômica já concordou com a concessão do aval e deverá enviar pedido de autorização ao Senado.
Índices
Os percentuais de aumento de tarifas autorizados pela Fazenda são maiores para os consumidores de baixa renda e de classe média. Isto porque foram reduzidos os subsídios em cascata.
Quem consome até 30 kWh por mês vai ter o maior aumento (94,4%). Para um cliente de classe média, que consome 230 kWh por mês, o aumento será de 62,1%.
Para os consumidores comerciais e industriais, o aumento será de 20,48% na Cesp, 7,81% na CPFL e 23,84% na Eletropaulo.

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