São Paulo, sábado, 25 de novembro de 1995
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Para Eris, ajuste bancário ainda está por vir

LUIZ ANTONIO CINTRA
DA REPORTAGEM LOCAL

O ex-presidente do Banco Central Ibrahim Eris criticou aqueles que vêem a quebra dos bancos Nacional e Econômico como resultado de um ajuste do sistema financeiro a uma inflação mais baixa.
"Na verdade, são casos isolados, são histórias muito específicas. O que ocorreu até agora é uma redução da rentabilidade dos bancos, o que por si só não quebra uma instituição", disse Eris.
A afirmação foi feita ontem, em São Paulo, durante o seminário "O Que Esperar de 1996", organizado pela Internews, que teve a participação do ministro Pedro Malan (Fazenda).
Para Eris, a estrutura bancária do país ainda está por se ajustar a esse novo nível de inflação.
"O ajuste ainda virá. É certo que ocorrerão fusões, alguns bancos podem vir a quebrar, mas outros também crescerão, apesar da rentabilidade menor", afirmou.
O ex-presidente do BC considera que a opinião pública tem hoje a impressão -que Eris diz ser incorreta- de que a quebra de bancos é parte "inerente" do plano de estabilização do governo FHC.
"A quebra de um banco atrás do outro não faz parte do Plano Real", disse o economista.
A menor rentabilidade do sistema financeiro deve fazer com que, em um primeiro momento, alguns banqueiros decidam fechar as portas de suas instituições, segundo a avaliação de Eris.
"É possível que muitos que hoje atuam no mercado financeiro cheguem a conclusão de que este deixou de ser um bom negócio", disse.

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