São Paulo, sábado, 25 de novembro de 1995
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Temporada supervaloriza atletas e beneficia Grêmio

RODRIGO BUENO
DA REPORTAGEM LOCAL

A temporada 95 rendeu um "milagre econômico" ao Grêmio. O clube pode obter um faturamento com a venda de jogadores cinco vezes maior do que o valor gasto para montar seu time.
Para a disputa da Taça Libertadores da América deste ano, o clube gaúcho fez um investimento aproximado de US$ 2,5 milhões.
Após o Mundial Interclubes, o Grêmio deve angariar US$ 15 milhões com a venda de jogadores.
O artilheiro Jardel custou US$ 1 milhão (parte do dinheiro veio da torcida). Os passes de Dinho, Arce e Rivarola, juntos, foram adquiridos por US$ 1,4 milhão.
Paulo Nunes, que tem o passe estipulado em US$ 700 mil, chegou ao Grêmio praticamente de graça. Em uma troca com o Flamengo, o Grêmio se desfez de Aguinaldo. Poderá revender Paulo Nunes por quase US$ 3 milhões.
O meia defensivo Goiano, outro titular, veio por empréstimo por pouco mais de US$ 100 mil.
Outros jogadores que vão enfrentar o Ajax na manhã de terça-feira, como Danrlei, Roger, Arílson e Carlos Miguel foram revelados no próprio clube.
O custo do Grêmio com esses jogadores foi praticamente zero.
Com o título da Libertadores, os jogadores do clube tiveram supervalorização de seus passes.
Arílson foi o primeiro a ser negociado por uma quantia vultosa. Foi vendido para o Kaiserslautern, da Alemanha, por US$ 4 milhões.
O valor da transação de Arílson não só cobre o investimento inicial de US$ 2,5 milhões como deixa um retorno de US$ 1,5 milhão.
Nesta semana, o Grêmio desfez-se de outra estrela. Jardel foi vendido por US$ 4,5 milhões ao Glasgow Rangers, da Escócia. Com isso, o clube de Porto Alegre garantiu US$ 6 milhões.
Além de Arílson e Jardel, Dinho, Paulo Nunes e Carlos Miguel deverão deixar o Grêmio, só que para clubes japoneses.
Pelos três jogadores, o Grêmio pode receber até US$ 6,5 milhões.
O zagueiro Adilson também interessa a clubes japoneses, mas o jogador é dono de seu passe.
Se as negociações forem concretizadas, o Grêmio vai arrecadar US$ 15 milhões, cinco vezes o que gastou para formar a equipe.
O Grêmio já poderia ter garantido essa quantia, uma vez que uma proposta de US$ 15 milhões, por Jardel, Paulo Nunes, Dinho, Arílson e Carlos Miguel, teria sido feita ao clube por times japoneses.
Fora o dinheiro da venda de jogadores, o clube gaúcho trará de Tóquio cerca de US$ 500 mil, entre direitos de TV e participação na decisão do Mundial.

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