São Paulo, sábado, 25 de novembro de 1995
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Hoje, sim, é bicho certo

JUCA KFOURI

O time com a terceira melhor campanha do Campeonato Brasileiro, o Santos, enfrenta hoje em sua casa a equipe com o segundo pior desempenho da competição, o Paysandu.
Mais: o Santos que não toma gol há quatro jogos e que derrotou por 3 a 0 os dois clubes mais populares do país, além de ter vencido o melhor plantel do Brasil, o do Palmeiras, está maduro para disputar as finais e só tem mesmo um grande problema pela frente, o Botafogo.
Tanto para se classificar como para ser o campeão, o time carioca é o único obstáculo verdadeiro diante do paulista.
Porque não tem ninguém neste momento, exceção feita a Túlio e seus parceiros, jogando mais que Giovanni e companhia.
Motivados pela música que virou tema das vitórias de Ayrton Senna, os jogadores santistas têm saído de cada conversa com o técnico Cabralzinho certos de que podem tudo.
E têm podido e podem mesmo. O treinador talvez negue, mas sua principal dificuldade no começo de seu trabalho na Vila Belmiro foi o de achar uma tomada no apertado vestiário para plugar o gravador e fazer o time ouvir a trilha sonora que virou sinônimo de vitória e comoção.
O resto ele levou na conversa e na escolha daqueles que, antes de mais nada, fossem capazes de mostrar solidariedade dentro e fora das quatro linhas.
Está aí o Santos, de pés no chão e cabeça nas alturas. O Santos que pode contabilizar como certos os três pontos e o bicho da vitória daqui a pouco contra o Paysandu.
Porque não só o time paraense não tem bola suficiente para encarar Edinho e sua trupe, como não há de querer estragar a festa do conterrâneo Giovanni, cada vez mais parecido com o doutor Sócrates, outro ilustre paraense que, aliás, nasceu santista e só depois virou corintiano.
Ao contrário deste colunista paulistano que sempre foi corintiano e que, agora, e só até o fim do ano, virou santista. Com direito à internação no Unicór.

Sempre que a seleção brasileira chegava em um aeroporto internacional e o primeiro a descer era Nabi Abi Chedid, o quarto-zagueiro Juninho dizia. "Tá 1 a 0 pros adversários." Diferentemente do São Paulo bicampeão mundial, o Grêmio levou Ricardo Teixeira para Tóquio. Quanto está para o Ajax?

Marquinho Chedid cobra, Eurico cobra, Zulaiê Cobra. Êta CPI família...

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