São Paulo, sábado, 25 de novembro de 1995
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Cunhada de Salinas é presa na Suíça

FLAVIO CASTELLOTTI
DA CIDADE DO MÉXICO

Paulina Castañon, mulher de Raúl Salinas e cunhada do ex-presidente mexicano Carlos Salinas de Gortari, foi presa no dia 15 de novembro em Genebra (Suíça) quando tentava sacar de um banco US$ 84 milhões, pertencentes ao marido.
O titular da conta é Juan Guillermo Gómez Gutiérrez, nome falso utilizado pelo irmão do ex-presidente.
A Procuradoria Geral da República (PGR) apresentou ontem vários documentos de Goméz Gutiérrez, todos com a fotografia de Raúl Salinas.
Castañon foi detida junto com seu irmão, Antonio Castañon, que ajudava na operação.
O Ministério de Justiça da Suíça disse que investiga se o dinheiro provém do narcotráfico.
Em outubro, foi revelado que Raúl possuía um passaporte falso, com o nome de Goméz Gutiérrez, pois a DEA (agência do governo americano para combate ao tráfico) detectou "transferências milionárias" nas contas deste último, entre México e Nova York e México e Londres.
Desde então, Raúl é investigado também por seu envolvimento com o cartel do Golfo, a maior organização de tráfico do país.
Com a revelação dos documentos falsos, Castañon tentou tirar o dinheiro da Suíça antes que a polícia descobrisse as outras operações efetuadas por Raúl.
A tentativa, porém, foi frustrada por agentes suíços, que, segundo a PGR, já haviam sido alertados pelo governo mexicano sobre as contas de Raúl naquele país. Preso por assassinato, Raúl não comentou.
Os problemas de Raúl Salinas com a Justiça mexicana começaram no fim de 94, quando sua ex-amante, a espanhola Maria Bernal, implicou-o no assassinato de José Francisco Ruiz Massieu, ocorrido em setembro.
Ruiz Massieu era o secretário-geral do PRI (Partido Revolucionário Institucional) e discordava da orientação política do então presidente, Carlos Salinas.
Em março, a PGR prendeu Raúl Salinas, acusando-o de haver planejado o crime junto com o ex-deputado priista Manuel Muñoz Rocha, que está desaparecido.
As investigações aproximavam-se cada vez mais do ex-presidente Carlos Salinas, que, dias depois da prisão de seu irmão, deixou o país. Ele está desaparecido.

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