São Paulo, domingo, 26 de novembro de 1995 |
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Grupos divergentes se unem pela paz no Rio
FERNANDO MOLICA; RONI LIMA
Não há entre os participantes ouvidos pela Folha concordância nem mesmo sobre a principal manifestação de violência na cidade: uns citam os sequestros e a falta de credibilidade na polícia. Outros, a fome, o desemprego e a miséria. Existe discordância até sobre a cor a ser usada. Os organizadores propõem o branco. Um grupo de funkeiros vai usar azul. Divergem também ao apontar qual seria a primeira providência que adotariam para o combate à violência: uns querem o reforço ou a reformulação da polícia. Outros, o atendimento a carências sociais e a integração das favelas à cidade. Principal organizador do ato, o antropólogo Rubem César Fernandes, 52, tenta unir as duas visões. Diz que a passeata incentiva a reformulação da polícia e o equacionamento das carências sociais. Entre os que enfatizam a violência social estão os sociólogos Herbert de Souza, o Betinho, e Caio Ferraz, os DJs Rômulo Costa e Malboro e o presidente do Sindicato dos Metatúrgicos do Rio, Carlos Manoel Costa Lima. Eles apontaram como principais manifestações de violência a fome e a miséria, o salário mínimo, o preconceito, a falta de perspectiva de vida e o desemprego. A violência que se manifesta na criminalidade foi destacada por, entre outros, o presidente da CNI (Confederação Nacional da Indústria), senador Fernando Bezerra (PMDB-RN) e pelo diretor de Assuntos Corporativos da Xerox, Luiz Aguiar Caruso. Bezerra e Caruso apontaram o sequestro como principais manifestações de violência. As divergências são menores quando se pergunta o cada um qual a fórmula para diminuir a violência. Com palavras diferentes, defendem reestruturação da polícia. LEIA MAIS Sobre o Reage Rio às págs. 2 e 3 Próximo Texto: Governador é contra passeata Índice |
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