São Paulo, domingo, 26 de novembro de 1995
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Governador é contra passeata

FERNANDO MOLICA
DA SUCURSAL DO RIO

A caminhada Reage Rio não contou com o apoio do governador do Estado, Marcello Alencar (PSDB). Em conversas com assessores, Alencar disse que o ato serviria para reforçar ainda mais a ligação da violência à imagem do Rio.
A passeata surgiu após um dos maiores golpes sofridos pelo seu governo na área de segurança: os três sequestros que ocorreram em um mesmo dia, 25 de outubro.
Embora evite falar sobre o assunto, o governador teme que a manifestação seja principalmente um ato contra seu governo -a segurança foi, afinal, uma de suas principais bandeiras de campanha.
O governador demonstrou não aceitar a versão de que a passeata não seria contra ninguém. Alencar chegou a dizer a assessores que nunca viu "passeata a favor".
Na última quinta-feira, a descoberta de cocaína na Fábrica da Esperança -projeto social apoiado por organizadores do Reage Rio- serviu para que Alencar lançasse algumas farpas em direção à passeata.
Segundo Alencar, o episódio poderia abalar as ONGs (Organizações Não-Governamentais) que atuavam na organização da caminhada. Para Alencar, o fato foi um "choque muito duro" no Viva Rio, principal organizador do Reage Rio.
O pastor Caio Fábio, presidente da AEVB (Associação Evangélica Brasileira), que administra a fábrica, considerou "leviano" o comentário de Alencar. O pastor é um dos organizadores da passeata.
Apesar disso, Alencar deverá liberar os funcionários do Estado para comparecer ao ato.
O prefeito César Maia (PFL) preferiu se mostrar cético quanto à caminhada. Para ele, o movimento não tem objetivo definido e peca pela falta de unidade entre os que estarão na avenida Rio Branco.
(FM)

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