São Paulo, domingo, 26 de novembro de 1995 |
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Temporada de fusões deve durar quatro anos, diz BC
GUSTAVO PATÚ
Outra avaliação também é comum: se cada negócio feito durante esse período provocar tanta boataria e gasto de dinheiro público como o primeiro, nem o Plano Real nem o sistema bancário se aguentarão de pé. "O que tem de ser evitado é o que aconteceu na Venezuela, onde o governo acabou sendo obrigado a estatizar o sistema financeiro, tamanha a desconfiança da população nos bancos", diz Luís Fernando Lopes, da MCM Consultores. Só para financiar a absorção do Nacional pelo Unibanco, já se prevê o desembolso de R$ 4 bilhões em recursos públicos. Como o governo já prepara para breve uma liberação de R$ 2 bilhões para socorrer Estados e mais um volume quase igual para viabilizar a venda do Banco Econômico, já há preocupação com os efeitos do aumento da quantidade de dinheiro em circulação sobre os preços (leia texto abaixo). Avalia-se, porém, que os rombos bancários cobertos com emissão de moeda foram excepcionalmente altos devido à lentidão do BC em agir -caso do Econômico- e ao movimento de saques de clientes provocado pela insegurança -caso do Nacional. Daí a orientação na equipe econômica: o objetivo é transformar a redução do sistema financeiro em um "processo", como gosta de dizer o ministro da Fazenda, Pedro Malan, em vez de uma sequência atabalhoada de crises e adoção de novas medidas provisórias. A senha já foi transmitida por Malan na última sexta-feira. "É hora de baixar a bola", disse o ministro ao ser indagado sobre o assunto. Em termos concretos, o primeiro passo é concluir o mais breve possível a venda e a reabertura do Econômico e do Mercantil, sob intervenção do BC desde agosto passado, mesmo com a previsão de que a conta deve ficar entre R$ 2 bilhões a R$ 4 bilhões. Para a cúpula do BC, o fim do caso Econômico permitiria a despolitização da crise bancária -em outras palavras, uma trégua do PFL baiano- e mais credibilidade para os bancos privados. O objetivo final é tirar o assunto do noticiário. Texto Anterior: Bancos pagarão menos IR a partir de 1996 Próximo Texto: Economistas afastam risco de inflação Índice |
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