São Paulo, domingo, 26 de novembro de 1995
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Lei permite balanço irreal

RODNEY VERGILI
DA REDAÇÃO

Os balanços são peças insuficientes para se avaliar a saúde financeira dos bancos, segundo os especialistas consultados pela Folha.
O deputado federal Francisco Dornelles (PPB-RJ) e o ex-ministro Mário Henrique Simonsen concordam que os balanços divulgados pelo Nacional e pelo Econômico antes de "quebrarem" não davam sinais da real situação das instituições.
O dirigente responsável pela contabilidade de uma das maiores instituições financeiras do país diz que, para resolver o problema da falta de transparência nos balanços, é preciso que a CVM (Comissão de Valores Mobiliários) casse o registro do auditor que der parecer favorável a uma instituição em dificuldades.
Paulo Apsan, presidente da Gemini Consulting, diz que não se chega a uma conclusão sobre a saúde dos bancos analisando os balanços, por causa das possibilidades abertas pela legislação, como a de registrar como ganho o juro de um empréstimo não-pago e renovado.
Flávio Borghetti, da consultoria Pactum, diz que o seguro de depósito que deverá entrar em vigor nos próximos 30 dias dará maior segurança aos clientes das instituições contra eventual dificuldade dos bancos.
Mário Gazanego, diretor da Andersen Consulting, diz que, no Brasil, deveria haver legislação semelhante a dos Estados Unidos, em que as empresas de auditoria são acionadas pelos clientes das instituições financeiras e pagam indenizações caso não tenham registrado nos balanços que o banco avaliado passava por dificuldades antes de sua liquidação.

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