São Paulo, domingo, 26 de novembro de 1995
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Classe média exige prédios com piscina

DA REPORTAGEM LOCAL

As piscinas, que já foram um privilégio de poucos, são consideradas hoje um acessório indispensável para venda de imóveis de médio padrão.
Atualmente, é cada vez maior o número de habitantes das grandes cidades que têm acesso a esse acessório, que já foi um dos principais símbolos de status do mercado imobiliário.
Algum tempo atrás, prédio com piscina era quase sinônimo de luxo e alto custo condominial.
Mas o mercado imobiliário mudou. Em um clima de alta competitividade, a piscina tornou-se um acessório indispensável para alavancar os negócios.
"Em prédios de apartamentos de um, dois e três dormitórios, a piscina é fundamental", diz o arquiteto Itamar Berezin.
Para ele, os compradores de classe média querem centralizar suas atividades nos condomínios.
É por isso, também, que os lançamentos imobiliários procuram integrar o espaço da piscina com outros recursos, como churrasqueiras e quadras poliesportivas.
"A preferência é por piscinas grandes, onde dá para praticar um esporte", diz o arquiteto Luís Frederico de Freitas.
O problema, nesse caso, é a falta de espaço. Reservar um lugar para a piscina custa caro. E ainda é preciso incluir a quadra, o jardim e o playground -o comprador quer tudo isso ao mesmo tempo.
Isso acaba provocando uma "miniaturização" das piscinas de condomínios, o que desagrada muitos moradores. "Uma piscina em que não dá para nadar vira uma banheirona", diz Freitas.
Mas, se a piscina é cada vez mais comum entre os lançamentos de médio padrão, o contrário acontece entre os mais luxuosos.
Itamar Berezin acredita que o público desse tipo de imóvel prefere a exclusividade dos caros clubes que frequenta a dividir uma piscina condominial com vizinhos.

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