São Paulo, domingo, 26 de novembro de 1995 |
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EUA discutem fim de agência de informação
CARLOS EDUARDO LINS DA SILVA
Famosa em todo o mundo na Guerra Fria como um dos instrumentos vitais da política externa dos EUA, a agência (que no passado era um serviço e atendia pela sigla de Usis) tem agora poucos defensores no seu país. Nos outros países, onde costumava ser alvo de ataques, é onde a Usia encontra mais aliados neste final de século. Ela é a responsável pelos programas oficiais de intercâmbio cultural dos EUA com cerca de 150 nações (inclusive as bolsas da Fundação Fulbright) e manutenção de bibliotecas dos EUA no exterior. Também é ela quem opera as rádios Voz da América, Europa Livre, Liberdade e Martí, a TV Martí e o sistema de satélite Worldnet. Seu orçamento no ano fiscal de 1995 foi de US$ 1,4 bilhão. A proposta do governo para 1996 é reduzi-lo em US$ 121 milhões. A oposição quer cortes de US$ 269 milhões em suas despesas. Mais: Jesse Helms, presidente da Comissão de Relações Exteriores do Senado, quer simplesmente acabar com a agência a partir de 1997, passando suas atividades para o Departamento de Estado e empresas privadas. Ele argumenta que, com o fim da Guerra Fria, a Usia perdeu seu propósito e hoje não passa de cabide de empregos para cerca de 8.000 pessoas. O diretor da agência, Joseph Duffey, ex-reitor da American University, claro, não concorda. Acha que no mundo atual ela tem um papel ainda mais importante que antes, só que diferenciado. Até ao contrário. A TV Martí, em operação há cinco anos, nunca conseguiu ser captada em Cuba porque o governo cubano tem conseguido embaralhar seus sinais. O deputado Lincoln Diaz-Balart, da oposição, por isso quer aumentar o orçamento de US$ 11,6 milhões da TV Martí e mudá-la de Washington para Miami com o objetivo de superar esses problemas técnicos. A Rádio Martí vai manter seus US$ 13 milhões anuais, mas está sob ataque de conservadores que acham o conteúdo de sua programação leve demais nas críticas contra o regime do presidente Fidel Castro. As Rádios Europa Livre e Liberdade foram transferidas de Munique para Praga para diminuir custos (o presidente tcheco Vaclav Havel ofereceu espaço gratuito e o custo da mão de obra tcheca é muito menor que o da alemã). O governo propõe cortar seu orçamento, de US$ 235 milhões em 1995 para US$ 75 milhões em 1996. A oposição quer reduzi-lo para US$ 27 milhões. Texto Anterior: Acordo dá vitória a sérvios, diz Sontag Próximo Texto: Volta revista sobre comunismo Índice |
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